Europeus e africanos têm imunidades diferentes, diz estudo
Pessoas de origem africana e de origem europeia não são iguais frente às infecções. Esse é o resultado de um estudo do Instituto Pasteur, de Paris, que foi divulgado na quinta-feira (21) à noite. A explicação desse fenômeno está nos genes dos nossos antepassados pré-históricos.
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A principal revelação do estudo é que, ao longo da evolução, africanos e europeus não desenvolveram as mesmas defesas imunológicas. "Cada um entre nós desenvolveu respostas imunológicas que nos permitiram combater o coquetel patogênico presente nos nossos respectivos habitats", explica Lluis Quintana-Murci, diretor científico do Instituto Pasteur.
E, como 4% dos genomas atuais são herdados dos nossos antepassados pré-históricos, isso explicaria porque, segundo a região, uma pessoa é mais ou menos resistente a uma infecção. "Por exemplo, sabemos atualmente que, na África ocidental, uma grande parte da população possui uma mutação de um gene que protege mais contra a malária", continua o pesquisador.
Aplicações na medicina personalizada
Por outro lado, as defesas imunológicas dos europeus são mais eficazes contra outras doenças, como o lúpus, que afeta cinco vezes mais os negros.
Os resultados desse estudo terão aplicações na medicina personalizada, como ressalta Quintana-Murci : "O fato de você ser africano, europeu ou asiático permitirá saber como você responderá aos tratamentos terapêuticos e à vacinação".
A longo prazo, a descoberta permitirá fabricar vacinas específicas de acordo com a origem e talvez descobrir novas células resistentes às infecções.
Leia no PDF abaixo o estudo completo em inglês.
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