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Carne sintética/estudo

Estudo mostra que carne sintética é mais poluidora

Uma pesquisa da universidade de Oxford, publicada no dia 19 de fevereiro na revista Frontiers in Sustainable Food Systems, concluiu que o produto, a longo prazo, pode ser mais nefasto para o meio-ambiente do que a carne oriunda da criação tradicional de gado. O motivo seria a energia usada na produção pelas incubadoras.

Primeiro hambúrguer sintético
Primeiro hambúrguer sintético The Meat Revolution Mark Post
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O gado, explicam os pesquisadores, emite principalmente gás metano. A substância permanece na atmosfera por cerca de 12 anos, enquanto os dejetos de dióxido de carbono (CO2), usados na produção de carne sintética, resistem cem anos no ar e se acumulam. Levando em conta todos os gases causadores do efeito estufa, o estudo considerou que a carne sintética polui mais –uma conclusão um pouco precipitada na opinião de alguns cientistas.

Segundo eles, a pesquisa não considerou o progresso na produção de energias limpas, que poderiam revolucionar a produção nas próximas décadas. “Os cálculos das emissões de CO2 pecam pela ausência de metodologia e de modelos para estimar o impacto da carne na cultura. Isso porque tudo é feito em laboratório”, ressalta Jean-François Hocquette, diretor do Instituto francês de pesquisa agronômica, em entrevista ao jornal Le Monde.

O impacto da criação de gado convencional sobre o clima, por sua vez, tem ampla fundamentação científica. A Organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura calcula que o setor emite, todos os anos, 7 bilhões de toneladas de CO2, cerca de 14,5% dos gases geradores do efeito estufa de origem humana.

O principal culpado é o metano emitido pela digestão dos ruminantes (bois, cabras e ovelhas), mas o cálculo da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), entretanto, também leva em conta o desmatamento induzido pela produção e o transporte dos alimentos.

Diminuição do consumo de carne

“Para conter o aquecimento global abaixo da temperatura de 1,5°C até o fim do século, o GIEC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, estabeleceu que é preciso diminuir as emissões em 50% até 2030”, lembra Didier Hauglustaine, diretor de pesquisas no CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas).

A recomendação é que haja diminuição de 80% do consumo de carne bovina até 2050 em nível mundial, de 88% de carne de porco, de 70% de carne de carneiro e 50% de frango.

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