O filme francês Bienvenue chez les Ch'tis, (Dany Boon, 2008) abriu as portas para um tipo de cinema que tem ganhado cada vez mais adeptos e espectadores na Europa : as comédias populares que brincam com diferenças étnicas e culturais, com uma boa pitada de clichê. Depois do sucesso no ano passado em Portugal do filme Gaiola Dourada (Ruben Alves, 2013), que conta a história de uma família de imigrantes portugueses divididos entre a França e o país natal, ou ainda da francês Qu'est-ce qu'on a fait au Bon Dieu? (Philippe de Chauveron, 2014) , que poderíamos traduzir como “O que a gente fez para Deus para merecer isso”, produção baseada principalmente na gozação dos clichês racistas e que tem batido todos os recordes de audiência, agora é a vez da comédia Ocho apellidos vascos, (Oito sobrenomes bascos), balançar as bilheterias espanholas.

Lançado no primeiro semestre, o filme já é a produção cinematográfica mais vista da história do cinema espanhol. Com quase dez milhões de espectadores nos cinemas, a trama registrou na semana passada novos recordes em sua estreia pela internet.

O filme conta a história de um andaluz que se apaixona por uma jovem basca e que, para poder ser aceito pela família da moça, finge ser basco, protagonizando cenas que beiram o politicamente correto. Mas os clichês deram certo, e os produtores já preparam uma nova versão, desta vez rodada na Catalunha, brincando com os estereótipos da região espanhola.

Montmartre viaja até Budapeste

O pintor e desenhista francês Toulouse-Lautrec nasceu há exatamente 150 anos. Para celebrar a data, o Museu de Belas Artes de Budapeste, que tem um dos maiores acervos do artista no mundo, hospeda neste momento uma gigantesca retrospectiva de seu trabalho.

Toulouse-Lautrec ficou conhecido por ter imortalizado como poucos a vida boêmia do bairro parisiense de Montmartre no final do século 19. São dele as famosas imagens do Moulin Rouge que muitos turistas de passagem por Paris levam para casa sob forma de cartazes, sem saber direito quem é o autor. O museu húngaro espera com a mostra “O Mundo de Toulouse-Lautrec”, fica em cartaz até o dia 24 de agosto, dar um pouco de brilho à obra de um artista que foi vítima de seu sucesso.

Jazz em Marselha

A dica musical da semana vai para o festival Jazz dos Cinco Continentes, que acontece nesse momento em Marselha. O evento, que chega à sua 15ª edição, mistura jovens talentos locais com nomes consagradas, sempre com o mesmo lema : trazer artistas do mundo todo para animar o verão na cidade do Sul da França.

Segundo o diretor artístico do festival, Bernard Souroque, “o programa é aberto a quase todos os estilos derivados do jazz. Tem beebop, blues, funk, ou ainda o Brasil, com a bossa nova e, é claro, o jazz de Nova Orleans, com sua nova cena musical”. A música brasileira é representada este ano por Sérgio Mendes que, para Souroque, “foi um dos precursores na mistura do jazz com o samba”. O autor de Mais que nada se apresenta na próxima domingo (22). Nomes como a cantora malinesa Fatoumata Diawara e o pianista Roberto Fonseca, o trompetista norte-americano Christian Scott, o pianista e compositor americano Herbie Hancock ou ainda o franco-libanês Ibrahim Maalouf.

O festival Jazz dos Cinco Continentes vai até 26 de julho em Marselha.