Frank Gehry, arquiteto do Guggenheim de Bilbao, ganha retrospectiva em Paris
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Frank Gehry é o arquiteto do momento em Paris. No próximo dia 27, acontece a inauguração da Fundação Louis Vuitton, no Bois de Boulogne, a oeste de Paris, projeto que ele iniciou em 1990. Além disso, Gehry é tema de uma retrospectiva no Centro Pompidou de Paris, o Beaubourg, reunindo 225 desenhos, 67 maquetes e documentos audiovisuais, que ficam em cartaz até o dia 26 de janeiro de 2015.
A notoriedade de Gehry, nascido no Canadá, ganhou proporções planetárias com o museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha. O prédio futurístico construído em 1997 conseguiu transformar uma zona industrial sem grandes interesses turísticos em atração internacional. Outro prédio emblemático do arquiteto é o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, uma desestrutura em alumínio.
Em Paris, além da Fundação Louis Vuitton, dedicada à promoção da arte contemporânea, Gehry também projetou o prédio da Cinemateca Francesa.
Embalagem
Em 1989, Gehry recebeu o prêmio Pritzker, uma espécie de Oscar da arquitetura. Mas as críticas à sua obra são tão intensas quanto os elogios ao seu lado inovador. O cineasta Sidney Pollack, de Tootsie, fez um documentário sobre o arquiteto, “Sketches of Frank Gehry”, algo como “Esboços de Frank Gehry”, que participou da seleção oficial do Festival de Cannes em 2006. O filme, mostrando o processo criativo do artista e testemunhos, é exibido na retrospectiva de Paris. Entre os entrevistados estão o arquiteto Philip Johnson, o ator Dennis Hopper e o diretor e artista plástico Julian Schnabel.
Pôla Pazzanese, arquiteto e professor, um dos criadores da Escola da Cidade, de arquitetura, em São Paulo, destaca que Gehry questionou o modo usual de produção na arquitetura. “No início, ele desmonta os edifícios e usa uma série de materiais novos, pouco usuais e até de caráter provisório, como elementos importantes”. Mas o professor acrescenta que Gehry criou um padrão que acabou se tornando "repetitivo" com o tempo, o de trabalhar a partir de “um invólucro chamativo”.
Blocos de infância
No documentário de Pollack, Gehry conta que sempre gostou de trabalhar com as mãos: “Eu devia ter uns oito anos e minha avó chegava com um saco de pedaços de madeira para acender o fogo. De vez em quando ela espalhava todos os pedaços pelo chão e a gente começava a construir coisas, cidades e rodovias. Era muito divertido. Quando eu estava decidindo o que fazer da vida, sem querer eu me lembrava daquilo, de estar sentado no chão com os blocos. E intuitivamente, eu pensei que talvez pudesse fazer algo parecido”.
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