Óperas italianas em um teatro mítico de Veneza, um dos mais famosos estilistas e designers da França brincando com a austeridade de um museu do século XVIII em Paris, a moda feminina através do tempo como instrumento de história e poder, em Londres. Estes são os destaques da agenda cultural desta semana.
O Fenice é um dos teatros de ópera mais famosos do mundo. Monstros sagrados apresentaram suas grandes produções nos palcos deste prédio mítico do século XIX que, por incrível que pareça, pegou fogo e foi reconstruído três vezes. A reparação mais recente do teatro foi realizada entre 2001 e 2003.
E como um fênix que renasce das cinzas, o Fenice abre neste sábado a sua temporada 2014/2015. Apesar do contexto de crise na ópera italiana, o Fenice terá 125 espetáculos realizados sob o teto azul e seus dourados em estilo rococó.
No repertório, destaque para " La Traviata", de Verdi, sob a regência do jovem maestro-revelação Diego Matheuz, da Venezuela. A novidade é que nesta temporada o programa abriu espaço para o estilo contemporâneo, com a peça "A ponte sobre o rio Drina", do sérvio Dejan Sparavalo, com direção de outro sérvio bem famoso, o diretor de cinema Emir Kusturica.
Serão apresentadas também obras de Rossini, Vincenzo Bellini, Gaetano Donizetti e Giuseppe Verdi. Esta primeira semana é dedicada a Verdi, com suas criações "Simon Boccanegra" e "La Traviata".
A temporada de óperas do Teatro de Ópera de Fenice de Veneza vai até o mês de março de 2015.
A luz de Christian Lacroix
O museu Cognacq-Jay, que fica no bairro histórico do Marais, em Paris, tem um acervo dedicado à pintura e às artes decorativas do século XVIII, período do Iluminismo, movimento intelectual que aconteceu na Europa, com maior destaque na França, e destacava o refinamento na cultura, na sociedade e nas artes daquela época.
Mas como dar um ar de modernidade para atrair um público mais numeroso e mais jovem ao museu Cognacq-Jay?
A ideia genial da diretora do museu, Rose-Marie Mousseaux, deu certo: chamar um dos mais criativos estilistas e designers franceses, Christian Lacroix, para criar uma decoração que, sem interferir nas obras, propusesse um diálogo entre o ontem e o hoje de forma lúdica e mesmo divertida.
"Iluminismo - Carta Branca a Christian Lacroix", é o nome da mostra que superlotou o palacete onde fica o museu no dia da sua apresentação para a imprensa. De jovens blogueiras a famosas jornalistas de moda, de artistas plásticos a críticos de arte, o resultado encantou todo mundo pela ousadia e curiosa harmonia entre tempos tão diferentes.
Rose-Marie Mousseaux, que não escondia sua satisfação com as reações, falou sobre o espírito da exposição: "Nós decidimos focar no espetáculo, na dança, nos bailes, que eram muito importantes na sociedade do século XVIII. Além desses temas que o museu explorou com Christian Lacroix, o percurso da mostra se faz em torno de dois pontos principais e antagônicos que, ao mesmo tempo, representam totalmente o século XVIII: a socialização, como os círculos musicais e literários e os salões de dança,e, por outro lado, a emergência do indivíduo, a noção da busca da felicidade pessoal, que se traduz através de muitas peças da coleção, entre elas, os retratos..."
Trajes de teatro, instalações, fotografias, obras têxteis, realizadas por Lacroix e outros artistas contemporâneos que ele escolheu, se confrontam às obras do museu, formando o universo único desta aventura imperdível que começou no dia 19 de novembro e pode ser admirada até 19 de abril do ano que vem.
Moda, mulheres e poder
Woman Fashion Power. Este é o nome da mega-exposição que acontece nesse momento no Design Museum de Londres, à beira do rio Tâmisa.
Concebida pela mundialmente famosa arquiteta iraniana Zaha Hadid, a mostra investiga a moda feminina dos últimos 150 anos. Um mergulho visual e sóciopolítico na linha do tempo, que conta a história da mulher e a evolução do seu papel na história pela linguagem de looks e estilos.
Foram escolhidas 25 mulheres que se destacaram no mundo da política, cultura, negócios e sociedade, marcantes por seu estilo e carisma.
Entre as peças-chave, encontramos, é claro, o smoking de Yves Saint-Laurent, um vestido de casamento punk de Sandra Rhodes, o taiêr azul de lã da dama-de-ferro Margareth Tatcher, o vestido que Jacques Asagury criou para a Princisa Diana, além de trajes e acessórios de Elsa Schiaparelli.
Quem estiver curtindo ou passando por Londres, tem até 26 de abril para descobrir, redescobrir e adorar os modelos expostos no Design Museum!
Música da semana...
Ouça a banda inglesa Tindersticks cantando Medecine do Cd "The Something Rain"
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