Explosão de cores

"Franco Fontana: Full Color".

Assim se chama a exposição que fica até 11 de janeiro no Palazzo Incontro de Roma. E em cada imagem e cada sensação, uma só palavra: Cores!!!

O fotógrafo italiano, mais uma vez, impressiona com sua marca registrada: as cores sem medo de serem felizes, vibrantes, super vivas, saturadas, parecendo até que vão sair do papel... Quem olha chega a duvidar se são fotografias realistas ou concepções de espírito surrealista.

Cento e trinta fotografias em grande formato revelam o universo de Fontana, apresentadas por temas: paisagens naturais onde o céu e o mar se beijam, paisagens urbanas sem nenhuma profunidade ou perspectiva, a presença intrusa do ser humano nas paisagens vazias, fotografias americanas que nos lembram o pintor Edward Hopper e seus jogos de sombra e luz, e os nus femininos em piscinas, mostrados através da sutileza dos reflexos, dos corpos distorcidos pela água...

Se a gente tentar definir, pode dizer que são fotos poéticas que, segundo o seu autor, "pretendem mostrar o que ele vê e é".

Belezas da Andaluzia

O ano está terminando, mas quem estiver em Madri ainda tem tempo de ver a mostra do pintor catalãoJoaquim Sorolla na Fundação Mapfre.

A mostra, chamada "Sorolla e os Estados Unidos", retraça o percurso do artista que, em 1909, desembarcou em Nova York com 350 quadros. Da Big Apple ele foi para Boston, Chicago, Buffalo e Saint-Louis mostrar os seus trabalhos, conquistado os americanos.

Nessa retrospectiva, pode-se ver as diversas facetas da sua obra.

Ao lado de mais de cem retratos em grande formato de seus mecenas e personalidades importantes da época, um universo mais quente e atraente: as paisagens da Andaluzia, seus jardins, o mar, cenas cotidianas, todas marcadas pela perspectiva das cenas, que lembram o enquadramento fotográfico. Neste registro, o destaque é o óleo "El Bote Blanco", considerado único no gênero.

"Sorolla e os Estados Unidos" pode ser vista até 1° de janeiro na Fundação Mapfre, na capital espanhola. 

Confronto de corpos e estilos

Dois homens intensos com uma agilidade estética rara. Um diálogo febril de percussões rítmicas. Um palco que se transforma em uma arena de gladiadores em um confronto coreográfico perfeito.

Este é o clima do espetáculo de dança "Torobaka, Itinerário de uma Criação", atualmente no Teatro do Châtelet, em Paris.

Os dançarinos e coreógrafos Akram Khan, da India, e Israel Galván, da Espanha, entram no palco sob um círculo de luz, em uma proposta que sugere mais um duelo do que um dueto.

O encontro de estilos do kathak, a dança clássica indiana, e do flamenco, alcança as fronteiras da ferocidade. Sem deixar, no entanto, de ser um diálogo e uma troca de ideias, contando ao público a história dessas duas danças tão diferentes.

"Torobaka" entrou em cartaz nesta semana e pode ser visto até 5 de janeiro no Teatro do Châtelet, em Paris.

Filme da semana

"A terra de Charlie", do diretor australiano Rolf de Heer, estreou nas salas de cinema da França nesta semana.O ator, dançarino e pintor aborígene David Gulpilil, o maior representante artístico dos aborígenes da Austrália, interpreta Charlie, um antigo guerreiro que vê, com desespero, desaparecerem as tradições de seu povo, no norte do país.

Ouça a banda inglesa Bloum cantando "On the Moon"