O museu do Petit Palais, em Paris, inaugurou uma exposição sobre o lado obscuro de Roma no século 17, onde a pobreza e a vida boêmia da Cidade Eterna é imortalizada por grandes pintores barrocos. A agenda cultural desta semana também conta com uma mostra fotográfica em Lisboa, que retrata o Brasil entre as décadas de 1940 e 60, além de uma interpretação inédita de Macbeth, pelo grande Plácido Domingo, em Berlim.
Ao contrário das mostras históricas habituais, que normalmente retratam as riquezas da capital italiana, a exposição que acaba de abrir suas portas em Paris se interessa por outro lado da cidade : a pobreza, a sujeira e a vida boêmia no século 17. Intitulada Les Bas-fonds du baroque - La Rome du vice et de la misère, algo que poderia ser traduzido como “o lado obscuro do barroco na Roma do vício e da miséria”, traz 70 quadros de grandes artistas italianos, franceses, holandeses e espanhóis, que retrataram a face desconhecida da Cidade Eterna, bem além dos anjos e virgens dos quadros da época.
Na mostra acolhida pelo museu do Petit Palais, o visitante descobre que mesmo se a sociedade romana sempre se orgulhou de seu clero e seus nobres, que viviam no luxo e na opulência, boa parte da população estava na miséria. E são justamente esses mendigos, prostitutas e bêbados, mas também todos que transitavam na promiscuidade das ruas, que os pintores retratam. A exposição, que vai até 24 de maio, traz um panorama pouco conhecido da pobreza no século 17.
Brasil moderno se expõe em Lisboa
O Brasil é o tema de uma exposição fotográfica que começou na semana passada em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian. A mostra, intitulada Modernidades, traz imagens realizadas entre 1940 e 1964, ou seja, entre a Segunda Guerra Mundial e o golpe militar que instaurou a ditadura no país.
Os curadores reuniram trabalhos de quatro fotógrafos que seguiram esse período. Juntos, o húngaro Thomaz Farkas, o francês Marcel Gautherot, o alemão Hans Gunter Flieg e o brasileiro José Medeiros captaram as imagens de um Brasil que procura o seu caminho após os arroubos modernistas da década de 20.
A mostra, realizada em parceria com o Instituto Moreira Salles, já foi apresentada no Museu da Fotografia de Berlim, apresenta cerca de 100 imagens em Lisboa, e fica em cartaz até 19 de abril.
Plácido Domingo encarna MacBeth em Berlim
O Staatsoper de Berlim apresentou durante o mês de fevereiro uma montagem inédita da ópera Macbeth. O drama escrito por William Shakespeare e adaptado para os palcos por Giuseppe Verdi, foi aos palcos com o personagem principal interpretado por Plácido Domingo.
O tenor espanhol já encarnou praticamente todos os protagonistas das óperas de Verdi. Mas essa é a primeira vez que ele interpreta o MacBeth, personagem consumido pela ambição de sua mulher, que elimina todos os que representariam o risco de perda do trono da Escócia. A história é uma das mais sombrias da dramaturgia, e o papel principal é interpretado com vigor pelo tenor italiano.
Lady MacBeth é encarnada com maestria pela ucraniana Liudmyla Monastyrska e a direção é de Daniel Barenboim. A última apresentação da montagem é neste sábado (28).
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