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Rendez-vous cultural

Som inovador do Velvet Underground é tema de mostra em Paris

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O som e a história da banda Velvet Underground é tema de uma grande exposição na Philarmonie de Paris. A mostra começa revisitando a trajetória do núcleo fundador do grupo: John Cale e Lou Reed.

Capa do album banana é um grande adesivo que pode ser descascado.
Capa do album banana é um grande adesivo que pode ser descascado. @Adam
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John Cale nasceu no País de Gales, em março de 1942, em uma família modesta. Logo demonstrou talento para a música clássica, indo estudar em Londres, onde começou a se interessar por sons experimentais. Uma bolsa de estudos lhe abre as portas para os Estados Unidos.

Já Lou Reed nasceu no mesmo ano e mês, uma semana antes, em uma típica família de classe média judia no Brooklyn. Com histórico de dificuldades psicológicas desde a adolescência, o jovem Lou aprendeu a tocar guitarra pelo rádio, cada vez mais fascinado pelo rock e pelo jazz da época.

Sons psicodélicos marcam encontro de Reed e Cale

Em 1964, quando trabalhava em uma gravadora, Lou Reed encontra John Cale e eles descobrem um mútuo interesse por novos sons e assim surgia o Velvet Underground. Os sons psicodélicos e experimentais da banda chegam ao artista Andy Warhol, que se torna agente do grupo em 1965.

Andy Warhol impõe a modelo alemã Nico como vocalista do grupo e desenha a capa do primeiro e mais conhecido álbum, “The Velvet Underground and Nico”, de 1967.

“Velvet chuta limites e expande campo da criação”

Para Roger Martin, que usa o nome de guerra General Sade, da banda Porno Massacre, que mistura punk, glam e jazz, o som do Velvet foi um dos divisores de água da história do rock. “O Velvet dá um chute no limite, expandindo o campo de criação. Eu consigo lembrar de muitos poucos momentos dentro da história da música, e principalmente do rock, em que ocorreu uma ruptura tão grande. Dá para pensar em Frank Zappa ou Kraftwerk”, diz o General Sade.

“A coisa veio tão diferente e tão mudada que num primeiro momento ela não é não recebida, não faz muito sucesso”, continua o músico. “Só muitos anos depois é que se vê o quão revolucionário aquilo era. O Velvet rompe essa bolha da música e estende os limites. Esse tipo de banda é importante para mostrar o quanto podemos avançar.”

Capa de Warhol com banana descascável vira mito

A capa também marcou história. Em fundo branco, uma grande banana amarela. A grande sacada foi a capa da banana ser um adesivo, que poderia ser retirado – ou seja a banana podia ser descascada, revelando um fruto fálico e provocador.

Para Luís Calanca, o proprietário da Baratos Afins, loja de discos que funciona há 37 anos na Galeria do Rock, no centro de São Paulo, o trabalho da banda foi fundamental para o underground não só do mundo, como do Brasil também. “Discoteca básica para toda a garotada que se interessa por música”, diz Calanca, lembrando que tem muitos clientes jovens que buscam esse tipo de som.

Várias edições do álbum já passaram pelas prateleiras da Baratos Afins. “Eu sempre procuro colocar o álbum na vitrine, todo mundo gosta e lembra do disco da banana”, diz Calanca.

O Velvet Underground teve uma carreira curta – as diferenças internas fizeram John Cale sair em 1968 e Lou Reed em 1970. Mas o disco da banana entrou para a história e sempre aparece em listas dos álbuns mais importantes do rock.

A exposição, que contou com um concerto de John Cale na abertura, fica em cartaz até dia 21 de agosto, em Paris.

 

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