Discussão sobre gênero é assunto atual em tempos de crise no Brasil, diz professor da Sorbonne
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Ouvir - 07:12
Alberto da Silva é professor na Universidade Paris-Sorbonne, especialista em história contemporânea e cinema brasileiro. Há 12 anos na França, natural de Olinda, ele está lançado o livro “Genre et Dictature dans le Cinéma Brésilien – les films d’Ana Carolina et Arnaldo Jabor” (Gênero e Ditadura no Cinema Brasileiro – os filmes de Ana Carolina e Arnaldo Jabor).
A discussão a respeito do gênero se revela bastante atual diante da crise política no Brasil. O pesquisador observa no Brasil o que chama de “modernização conservadora”, que está “sempre presente e continua, como por exemplo em relação a Dilma, com todas as críticas que podem ser feitas a seu governo”.
Em relação a Ana Carolina, Silva conta que ela não é muito conhecida na França, nem no Brasil. “Em entrevistas da época, ela diz que queria resgatar as representações do feminino no Brasil nessa sociedade, sob a ditadura”, conta o pesquisador.
A cineasta, formada em Medicina pela USP, começou no cinema pelo documentário e depois se lançou nas obras de ficção. Alberto da Silva destaca a trilogia de Ana Carolina formada por “Mar de Rosas”, “Das Tripas, Coração” e “Sonho de Valsa”.
“Já Arnaldo Jabor começou no Cinema Novo, fez Pindorama em 1970, e depois partiu para a conquista do público, como ele próprio diz, com adaptações da obra de Nelson Rodrigues”. “Acompanhando a obra de Jabor e de Ana Carolina foi possível ver se as representações de gênero mudaram ou não no período”, relata o historiador.
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