Países discutem regulação em reunião do FMI

O FMI vai propor, entre outras medidas, a taxação de instituições financeiras. Os recursos serão utilizados para a criação de um fundo de proteção bancária mundial.

Dominique Strauss-Kahn, diretor geral do FMI. AFP/Patrick Kovarik

Ana Rita Cunha, colaboração para a RFI

Ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais das principais economias emergentes e dos países desenvolvidos reúnem-se até domingo em Washington para uma reunião semestral de cúpula do FMI e do Banco Mundial. O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, apresenta nesta sexta-feira uma proposta de reforma do Fundo Monetário Internacional. Segundo Mantega, o diretor-geral do FMI, o francês Dominique Strauss-Kahn, defende que as mudanças sejam instauradas em 2011.

O FMI também apresentará uma proposta de taxação das instituições financeiras. Segundo Strauss-Khan, o dinheiro arrecadado servirá para sustentar um fundo de proteção bancária mundial. A medida reduziria as chances de futuras crises. O FMI defende também uma ação coordenada de reforma do setor financeiro. O diretor geral alerta que os projetos que estão sendo votados atualmente nos países que formam o G20 "são incoerentes entre si."

O Canadá, que atualmente preside o G8 e divide a presidência do G20 com a Coréia do Sul, se opõe à ideia de taxação. O ministro de finanças canadense Jim Flaherty anunciou que o pais nao seguirá uma regulação que ele classificou de "excessiva." Estados Unidos e Europa apoiam o projeto do FMI, mas não há consenso quanto às medidas a serem tomadas. A Uniao Europeia ainda discute mudanças nos fundos especulativos. Mas para os Estados Unidos, essa medida dificultará a entrada dos bancos norte-americanos no velho continente. Os europeus criticam a reforma econômica discutida no senado americano. Segundo a companhia de investimento Exane, as mudanças propostas em Washington reduziriam em 9% os lucros dos bancos europeus presentes em Wall Street.