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Espanha/crise

Espanha tem dificuldades para controlar mercados

O pedido de socorro financeiro de duas regiões da Espanha – Valência e Múrcia - aumentou a desconfiança do mercado no país e derrubou bolsas na Ásia e na Europa. Outras regiões devem pedir resgate, o que aumenta rumores de uma intervenção na Espanha. O país voltou a registrar novo recorde no pagamento de juros para os títulos de suas dívidas.

Grande protesto contra medidas de austeridade reuniu dezenas de milhares de espanhóis no dia 19 de julho na cidade de Valência, uma das regiões que pediram socorro financeiro.
Grande protesto contra medidas de austeridade reuniu dezenas de milhares de espanhóis no dia 19 de julho na cidade de Valência, uma das regiões que pediram socorro financeiro. REUTERS/Heino Kalis
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Luísa Belchior, correspondente da RFI em Madri

A Espanha já não sabe como controlar os mercados. Depois da chamada sexta-feira negra, investidores não deram trégua ao país nesta segunda-feira. A bolsa abriu em queda de 1,5%. O prêmio de risco espanhol, que é a diferença entre os juros pagos pela dívida no país e na Alemanha, abriu a semana com 640 pontos básicos, o valor mais alto já alcançado na Espanha.

Houve recorde também nos juros pagos pelo bônus a 10 anos, que chegou a 7,5%. É um valor que torna insustentável para o país se autofinanciar. Para se ter uma ideia, em países que já pediram resgate financeiro como Portugal e Grécia, a intervenção da União Europeia veio dias depois de o índice chegar a 7%.

Também nesta manhã, o Banco Central da Espanha divulgou que a economia da Espanha se contraiu 0,4% no segundo trimestre deste ano. Com isso, aumentam os rumores de que a Espanha seja obrigada a pedir resgate aos parceiros europeus. Muitos economistas acham que é questão de tempo.

A tensão desta segunda-feira é ainda reflexo da última sexta-feira, em que a União Europeia aprovou ajuda de 100 bilhões de euros aos bancos espanhóis e as comunidades autônomas da Espanha, equivalentes a Estados, que começaram a pedir socorro financeiro ao governo do país.

Foi um mecanismo que o premiê Mariano Rajoy lançou na semana passada para dar mais liquidez a essas regiões, quase todas muito endividadas. Primeiro foi a comunidade de Valência e, depois, Múrcia. Outras 12 devem solicitar a ajuda nos próximos dias, segundo levantamento do jornal "El País".

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