Espanha tem dificuldades para controlar mercados
O pedido de socorro financeiro de duas regiões da Espanha – Valência e Múrcia - aumentou a desconfiança do mercado no país e derrubou bolsas na Ásia e na Europa. Outras regiões devem pedir resgate, o que aumenta rumores de uma intervenção na Espanha. O país voltou a registrar novo recorde no pagamento de juros para os títulos de suas dívidas.
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Luísa Belchior, correspondente da RFI em Madri
A Espanha já não sabe como controlar os mercados. Depois da chamada sexta-feira negra, investidores não deram trégua ao país nesta segunda-feira. A bolsa abriu em queda de 1,5%. O prêmio de risco espanhol, que é a diferença entre os juros pagos pela dívida no país e na Alemanha, abriu a semana com 640 pontos básicos, o valor mais alto já alcançado na Espanha.
Houve recorde também nos juros pagos pelo bônus a 10 anos, que chegou a 7,5%. É um valor que torna insustentável para o país se autofinanciar. Para se ter uma ideia, em países que já pediram resgate financeiro como Portugal e Grécia, a intervenção da União Europeia veio dias depois de o índice chegar a 7%.
Também nesta manhã, o Banco Central da Espanha divulgou que a economia da Espanha se contraiu 0,4% no segundo trimestre deste ano. Com isso, aumentam os rumores de que a Espanha seja obrigada a pedir resgate aos parceiros europeus. Muitos economistas acham que é questão de tempo.
A tensão desta segunda-feira é ainda reflexo da última sexta-feira, em que a União Europeia aprovou ajuda de 100 bilhões de euros aos bancos espanhóis e as comunidades autônomas da Espanha, equivalentes a Estados, que começaram a pedir socorro financeiro ao governo do país.
Foi um mecanismo que o premiê Mariano Rajoy lançou na semana passada para dar mais liquidez a essas regiões, quase todas muito endividadas. Primeiro foi a comunidade de Valência e, depois, Múrcia. Outras 12 devem solicitar a ajuda nos próximos dias, segundo levantamento do jornal "El País".
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