Presidente da Renault abre mão de salário em troca de acordo sobre competitividade
O diretor-presidente da Renault, Carlos Ghosn, disse estar disposto a renunciar provisoriamente a 30% da parte variável de seu salário em troca de um acordo sobre competitividade na França. O anúncio, feito durante a apresentação dos resultados do grupo em 2012, não convenceu o ministro francês da Reforma Produtiva que considera a proposta insuficiente para se chegar a um acordo com o governo.
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Carlos Ghosn adiaria para 2016 o recebimento de parte de seu salário, o equivalente a 430 mil euros para “facilitar a adesão máxima sobre um acordo sobre a competitividade”. A proposta foi lançada pelo franco-brasileiro durante uma entrevista coletiva, em Paris, após o anúncio do balanço de 2012 do grupo Renault.
Em 2011, a parte variável do salário de Ghosn como diretor-presidente da Renault foi de 1,59 milhão de euros e a parte fixa de 1,23 milhão de euros. Carlos Ghosn recebe também um salário expressivo como dirigente da japonesa Nissan.
Ele esclareceu que lançou a ideia diante "das reações que foram emitidas e pelo fato de que se tornou um tema que ameaçava frear a evolução do acordo”. “Eu condiciono (a parte dos 30%) à assinatura do acordo de competitividade. Se não houver acordo, a proposta acaba”, disse.
O ministro francês da Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg, julgou que a iniciativa “poderia ajudar mas não seria suficiente”. “ O essencial é, acmla de tudo, a política de localização industrial da Renault”, disse o ministro em entrevista à imprensa francesa.
Ghosn se recusou a comentar a declaração do ministro dizendo que se teria algo a dizer a ele, o faria diretamente a Montebourg. O dirigente da Renault afirmou não ter tomado a iniciativa por pressão do governo.
Renault
O faturamento da montadora Renault caiu 3,2% em 2012 em relação ao ano anterior e o a empresa registrou um lucro líquido de 1 bilhão de 770 milhões de euros em 2012, uma queda de 15% no mesmo período.
Para o presidente da Renault, Carlos Ghosn, os resultados da empresa foram "decentes" diante de um contexto difícil, principalmente na Europa. Na quarta-feira, a montadora francesa a PSA Peugeot Citroën anunciou uma perda histórica de mais de 5 bilhões de euros.
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