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União Europeia/China

Painéis solares e vinhos geram conflito comercial entre chineses e europeus

Em resposta ao aumento de taxas alfandegárias sobre os painéis solares chineses decidido nesta terça-feira pela União Europeia, o governo da China anunciou hoje que abriu uma investigação antidumping sobre os vinhos europeus. 

Degustação de vinhos franceses Côtes de Bourg durante uma exposição de vinhos em Pequim, no dia 4 de junho de 2013.
Degustação de vinhos franceses Côtes de Bourg durante uma exposição de vinhos em Pequim, no dia 4 de junho de 2013. REUTERS/Stringer
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O fantasma de uma guerra comercial entre o gigante chinês e o Velho Continente voltou a assombrar os govenos europeus nesta quarta-feira. Como já aconteceu em outras ocasiões, Pequim adotou medidas de represália após a decisão europeia de taxar os painéis solares fabricados na China. Uma medida que, aliás, era vista com reticências por muitos Estados do bloco.

Os dirigentes chineses deixaram bem claro seu descontentamento com esse aumento de taxas, considerado "injusto". Em um comunicado publicado em seu site, o Ministério chinês do Comércio lembrou que é "decididamente contrário" ao aumento dos impostos e disse esperar que esse litígio seja resolvido de maneira bilateral.

"O ministério do Comércio já foi solicitado pela indústria vinícola interior, que acusa os vinhos importados da Europa de penetrarem no mercado chinês por meios comerciais iníquos como o dumping e as subvenções", disse o texto, concluindo que uma investigação "conforme a lei" será realizada.

A União Europeia deve impor a partir desta quinta-feira um aumento dos impostos aplicados sobre os painéis solares fabricados na China, mas ele será muito inferior ao que havia sido discutido inicialmente, e Bruxelas espera continuar suas discussões com Pequim.

Reações

A disputa sobre os painéis solares chineses é o conflito comercial mais importante na história da União Europeia e constitui um teste da capacidade dos países do bloco a se unirem em questões de comércio internacional, apesar das ameaças de represálias dos Estados visados.

A União Europeia é o primeiro parceiro comercial da China. Já para os europeus as trocas comerciais com Pequim ficam em segundo lugar, atrás dos Estados Unidos.

A escolha de contra-atacar com uma ofensiva sobre os vinhos europeus é sobretudo simbólica e terá consequências econômicas menos importantes que se Pequim tivesse visado, por exemplo, as importações de Airbus.

O valor anual das exportações de vinho e outras bebidas alcólicas para a China ultrapassa um bilhão de euros. E o país europeu que mais exporta é a França, com 140 milhões de litros de vinho vendidos em 2012.

O governo francês julgou a ameaça chinesa "fora de lugar e condenável". O presidente François Hollande pediu nesta quarta-feira durante o Conselho dos ministros que seja organizada uma reunião dos 27 Estados membros da União Europeia para que eles cheguem a um consenso sobre as negociações comerciais com a China.

Reagindo com prudência, o ministro alemão da Economia, Philipp Rösler, renovou o apelo de Berlim por uma solução negociada, alertando contra o perigo de uma vasta confrontação comercial.
 

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