Problemas nos editais podem afastar investidores de leilões de rodovias

O procedimento de concessão para nove rodovias federais brasileiras, considerado o maior programa de infraestrutura do governo Dilma Rousseff, corre o risco de fracassar por falta de interesse das empreiteiras. Especialistas apontam a preparação incompleta ou deficiente dos editais como a principal razão para as parcerias acabarem naufragando, como o que aconteceu com a BR 262, uma concessão que na semana passada não teve nenhuma proposta.

Trecho da rodovia BR 262 dentro do município de Luz, Minas Gerais. Wikipédia

Nesta quarta, deve acontecer o primeiro leilão das fatias de estradas, na BR 050, considerada um dos filés do governo federal e pela qual existem oito interessados. O advogado Rodrigo da Fonseca Chauvet, especialista em Direito Administrativo e Direito Econômico, adverte que os estudos sobre os trechos são subestimados pelo governo, um problema que deve se repetir nos trechos futuros. A taxa baixa de retorno para as empreiteiras é outro fator que afasta as companhias.

O governo federal aposta nos investimentos em infraestrutura como uma das chaves para retomar índices elevados de crescimento. O diretor do Instituto de Economia da Unicamp, Fernando Sarti, não tem dúvidas de que esta é a melhor solução para agitar a economia brasileira, que tem crescido abaixo das expectativas.

Porém o economista Eduardo Padilha, professor do Insper e especialista em infraestruturas, acha que a interferência constante do governo se mostra um empecilho de primeira grandeza, apesar das vantagens que as concessões trariam à economia brasileira. Segundo ele, este é um dos fatores que vão afastar os investidores estrangeiros deste programa das rodovias, que envolve 7 mil quilômetros de estradas em sete estados.

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