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Alemanha/Economia

Nova greve de trens na Alemanha preocupa setores econômicos

Os maquinistas da empresa alemã Deutsche Bahn iniciaram nesta quarta-feira (5) uma greve de cinco dias para exigir principalmente melhores salários e redução da jornada de trabalho. A paralisação, considerada a maior em 20 anos, preocupa diversos setores produtivos por causa da situação frágil da economia do país.

Greve de 50 horas convocada pelo Sindicato dos Maquinistas GDL, afeta o transporte ferroviário da Alemanha.
Greve de 50 horas convocada pelo Sindicato dos Maquinistas GDL, afeta o transporte ferroviário da Alemanha. REUTERS/Wolfgang Rattay
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O sindicato GDL dos maquinistas lançou na terça-feira uma nova convocação à greve, a sexta desde o início de setembro. Desta vez, os grevistas programaram uma grande paralisação de cinco dias no setor de transporte de cargas - de quarta-feira até segunda-feira-, e quatro dias no transporte de passageiros - de quinta-feira até a madrugada de segunda-feira.

O movimento acontece no momento em que a Alemanha inicia as celebrações, neste final de semana, dos 25 anos da queda do Muro de Berlim. Mais de dois milhões de alemães devem se reunir na capital alemã no domingo, sendo que boa parte deles previu chegar à capital de trem.

A greve atinge Berlim e outras grandes cidades alemãs, linhas urbanas da S-Bahn e também a rede de transporte regional. Essa malha ferroviária é usada por milhões de pessoas diariamente para se deslocar de casa para o trabalho.

A empresa Deutsche Bahn vai tentar manter pelo menos um terço dos trens previstos, mas grandes atrasos estão sendo esperados. Diariamente, a empresa transporta 5,5 milhões de passageiros e 600 mil toneladas de mercadorias.

Críticas à greve diante da situação econômica

Muitas críticas foram dirigidas ao sindicato GDL, considerado pequeno pelo número de associados (19 mil entre os 196 mil funcionários na Alemanha e mais de 300 mil pelo mundo), mas que tem um potencial forte para perturbar o funcionamento da rede ferroviária.

A companhia pública Deutsche Bahn diz ter ficado "sem palavras" com essa nova greve. A mídia, associações de usuários e políticos dos principais partido denunciam um movimento prejudicial aos usuários de extensão pouco comum em um país conhecido pela qualidade de seu diálogo social e acostumado a greves mais controladas.

O sindicato GDL exige, além de reajuste de salários e redução da jornada de trabalho, poder negociar com a empresa em nome de outras categorias profissionais e não apenas dos condutores de trens, sua principal fonte de associados. A Deutsche Bahn se recusa.

Outros sindicatos preferiram se distanciar de uma greve que parece não ser muito bem compreendida pela população alemã, que normalmente apoia reivindicações sociais por melhores condições de vida e de trabalho.

Os sindicatos patronais temem que o conflito possa afetar uma economia em crise, já que boa parte das mercadorias circulam pelas ferrovias do país. Setores como o de produtos químicos, metalurgia e equipamentos automotivos estão entre os mais prejudicados pela paralisação.

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