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Nova Zelândia aprova extradição de fundador do Megaupload aos EUA

Um juiz da Nova Zelândia aprovou nesta quarta-feira (23) a extradição para os Estados Unidos de Kim Schmitz, conhecido como Kim Dotcom, fundador do site de downloads Megaupload, encerrado pelo FBI em 2012, por violação de direitos autorais. Na saída da audiência, Dotcom, que é acusado de fraude, extorsão e lavagem de dinheiro, prometeu apelar da sentença.

Kim Dotcom durante o lançamento de um novo site da rede Mega, em 2013
Kim Dotcom durante o lançamento de um novo site da rede Mega, em 2013 REUTERS/Nigel Marple
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"Estou decepcionado. É tudo o que tenho a dizer. Desejo um Feliz Natal a todos. Agora volto para minha casa", completou o alemão, que luta há quatro anos para impedir sua extradição. O juiz Nevin Dawson decretou que há provas contundentes para autorizar a extradição. A ministra da Justiça do país, Amy Adams, que precisa dar seu parecer para que a extradição aconteça, se recusou a comentar o veredicto e informou simplesmente que aguardaria o recurso do acusado antes de tomar qualquer decisão.

Se de fato for enviado aos Estados Unidos, Kim Dotcom pode ser condenado a uma pena de até 20 anos de prisão. Ele e três ex-diretores do Megaupload - Finn Batato, Mathias Ortmann e Bram van der Kolk - são acusados de lucrar ilegalmente mais de US$ 175 milhões e de provocar um prejuízo de US$ 500 milhões aos donos dos direitos de filmes, músicas e outros produtos pirateados.

O juiz afirmou que, quando o Megaupload atingiu o auge de popularidade, chegou a ser responsável por 4% do tráfego da internet. Dotcom, que foi detido em uma grande operação policial em sua mansão no norte de Auckland em janeiro de 2012, nega todas as acusações, alegando que era impossível controlar todos os dados que eram publicados diariamente no site por seus mais de 50 milhões de usuários. Ele acusa o governo americano de perseguição, com apoio da indústria do entretenimento e afirma que seu caso pode abrir jurisprudência para que autoridades persigam todo e qualquer usuário da internet.

Empresário promete investir pesado em sua defesa

Recentemente, uma decisão judicial permitiu que o ex-empresário recuperasse US$ 50 milhões que estavam bloqueados em Hong Kong e ele já afirmou que usará estes recursos para manter-se na disputa jurídica. Ele ainda pretende solicitar na justiça de Hong Kong uma indenização de US$ 2 bilhões pelo fechamento de seu site.

"Tenho a possibilidade de defender-me em Hong Kong e processar na Justiça os que destruíram o que havia construído e isto significa que posso acionar indiretamente o governo americano por intermédio do ministério da Justiça de Hong Kong", disse Dotcom. "Estou cansado de ficar na defensiva. Quero passar ao ataque e, em 2016, terei essa oportunidade", completou. Apesar de ser alemão, ele tinha autorização de residência permanente na Nova Zelândia, que facilita a emissão de vistos às pessoas com grandes fortunas.

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