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Petrobras não é mais galinha dos ovos de ouro, diz Les Echos

O diário francês Les Echos traz uma reportagem nesta segunda-feira (1) sobre o plano de reestruturação da Petrobras que os funcionários consideram “tímido demais”. A companhia petrolífera brasileira é apresentada pelo jornal como uma “ex-galinha dos ovos de ouro”.

A Replan, refinaria da Petrobras em Paulínia.
A Replan, refinaria da Petrobras em Paulínia. Rovena Rosa/Agência Brasil
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A situação é de "estresse total", garante o presidente da gigante petrolífera Aldemir Bendine, citado pela reportagem. Desestabilizada pela corrupção e punida na Bolsa de valores pelo seu endividamento, a empresa vê agora sua estratégia de extração de petróleo em águas profundas minguar diante do baixo preço do barril.

Para enfrentar essa situação, o Conselho de Administração aprovou um plano de reestruturação que prevê a fusão das diretorias de refinaria e gás e um corte de até 30% do pessoal não operacional, ou seja, 1.500 postos de trabalho. O objetivo é economizar US$ 440 milhões por ano.

O coordenador da Federação Nacional dos Petroleiros, Emanuel Cancela, disse que as medidas para reduzir o número de chefes são boas, mas considera a reestruturação proposta na semana passada “tímida”. Os sindicatos dos trabalhadores querem ir mais longe e pedem que Aldemir Bendine dê o exemplo e baixe seu próprio salário já que saiu do Banco do Brasil com uma “aposentadoria confortável”.

O Centro Brasileiro de Infraestrutura também considera o plano insuficiente e pede que a Petrobras reduza pela metade seu número de funcionários – estimado em 85 mil pessoas - para enfrentar a crise.

Presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, explica mudanças na governança e gestão da empresa.
Presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, explica mudanças na governança e gestão da empresa. Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

Fim da fartura

Segundo Les Echos, a Petrobras não tem muito tempo para se adaptar a um cenário de queda do preço do barril de petróleo. Foi-se o tempo que o ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff se referiam às reservas do pré-sal como um "bilhete de loteria premiado".

A capitalização recorde de U$ 70 bilhões irrigou o caixa da companhia para explorar o produto em águas profundas. Os anos de fartura não aumentaram a produção como previsto, e pior, os 17 meses terríveis pesaram sobre as reservas provadas e, segundo dados divulgados na sexta-feira, um quinto delas simplesmente “evaporaram”.

A galinha dos ovos de ouro se transformou em galinha dos ovos de chumbo, diz Les Echos. Acionistas sabem hoje em dia que uma ação da petrolífera brasileira não é mais um negócio lucrativo, concluiu o diário francês.

 

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