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Petróleo/Preços

Produtores de petróleo congelam produção para frear queda de preços

Os dois primeiros produtores mundiais de petróleo, Arábia Saudita e Rússia, mais Venezuela e Catar, decidiram nesta terça-feira (16), em Doha, congelar a produção aos níveis de janeiro para tentar estabilizar os preços do produto. A cotação do barril registra queda constante nos últimos meses, provocada pelo excesso de oferta. O mercado, que esperava uma redução da produção, não reagiu bem ao anúncio.

Em Doha, capital do Catar, os ministros do Petróleo de Rússia, Arábia Saudita, Venezuela e Catar fizeram hoje(16) reunião para reduzir o excesso de oferta no mercado, que afunda os preços do produto.
Em Doha, capital do Catar, os ministros do Petróleo de Rússia, Arábia Saudita, Venezuela e Catar fizeram hoje(16) reunião para reduzir o excesso de oferta no mercado, que afunda os preços do produto. REUTERS/Sergei Karpukhin/Files
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A entrada em vigor da medida, anunciada após a reunião surpresa dos quatro países em Doha, é condicionada à adesão dos outros grandes produtores à iniciativa. "Com o objetivo de estabilizar os mercados petrolíferos, os quatro países decidiram congelar a produção ao seu nível de janeiro, desde que os outros grandes produtores façam o mesmo", declarou aos jornalistas o ministro catariano do Petróleo, Mohamed Saleh al Sada. Ele acrescentou que a medida visa reequilibrar a economia mundial, afetada pela queda do valor do barril.

"É preciso não exagerar o impacto desse acordo que não envolve todos os grandes atores do setor. Os Estados Unidos estão ausentes e, sobretudo, ele propõe apenas congelar e não reduzir a produção", alerta Christopher Dembik, especialista do Banco Saxo. Para ele, a medida é "insuficiente para absorver o excesso da oferta e os preços devem continuar baixos, a médio prazo."

Os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os que não são membros do cartel (como é o caso da Rússia) manterão contatos intensivos para implementar o acordo, disse Saleh. O poderoso ministro saudita do Petróleo, Ali al-Nouaïmi, que é o atual presidente da Opep, diz que esse é apenas "o início de um processo que será avaliado nos próximos meses, para decidir se outras iniciativas serão necessárias." Até agora, a Arábia Saudita exclui qualquer redução da oferta para aumentar os preços.

Irã descarta diminuir sua produção

O Irã já descartou reduzir sua produção, mas se diz aberto a discussões. Na quarta-feira (17), Teerã acolhe uma reunião entre os ministros iraniano, iraquiano e venezuelano do Petróleo.

Apesar da deceção dos analistas de mercado, a decisão anunciada hoje provocou um aumento das cotações do combustível. No fim da manhã, o preço do barril de Brent do mar do Norte para entrega em abril era negociado a 33,89 dólares, em alta de 50 centavos.

O preço do petróleo começou a cair em meados de maio de 2014. Desde então o produto perdeu quase 70% de seu valor. A queda do preço se deve a um excesso de oferta que as principais economias mundiais, em particular a China, não absorvem devido à desaceleração do crescimento econômico. A pressão aumentou depois do retorno do Irã ao mercado, após a suspensão das sanções internacionais contra o país, no mês passado, em consequência do acordo sobre seu programa nuclear.
 

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