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Economia/FMI

FMI prevê contração de 3,8% do PIB do Brasil em 2016

As incertezas sobre a situação política brasileira agravam a recessão do país, que terá uma contração de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, segundo as novas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas nesta terça-feira (12). A nova projeção indica uma queda ainda maior na soma de bens e riquezas produzidas pelo país. Em janeiro, o FMI previa um recuo de 3,5% do PIB em 2016.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou a projeção de queda da economia brasileira para 2016
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou a projeção de queda da economia brasileira para 2016 Marcos Santos/ USP Imagens
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Além da grave crise econômica, as dificuldades de adoção de medidas corretivas do governo da presidente Dilma Rousseff, que luta pela sua própria sobrevivência política, são apontadas como uma das causas de uma contração do PIB como a registrada no ano passado.

O FMI também previu uma expansão menor da economia mundial, que vai crescer 3,2% em 2016, uma queda de 0,2% em relação às estimativas feitas em janeiro.

O crescimento mais "modesto" da economia mundial é marcado por um cenário de incertezas crescentes provocadas pela persistência dos riscos econômicos e políticos. Ao anunciar as novas estimativas, o Fundo pediu aos governos que priorizem medidas que permitam retomar de maneira imediata o caminho do crescimento.

No seu novo Panorama da Economia Mundial, o FMI afirma que o desempenho global tem sido "lento por muito tempo", o que justifica a terceira revisão para baixo de suas projeções.

Receio com o Brexit

A zona do euro também teve suas projeções revistas para baixo e o PIB dos 19 países que adotaram a moeda única vai crescer apenas 1,9%, um recuo de dois décimos em relação à estimativa feita em janeiro. No ano que vem a expansão também será menor, de 1,6% ao invés de 1,7% anunciado anteriormente.

Entre as preocupações manifestadas pela instituição financeira no relatório está uma eventual saída da Grã-Bretanha da União Europeia, conhecida como "Brexit". Se confirmada, causaria "danos severos" não apenas ao bloco, mas a toda a economia global, reforça o FMI.

Outra grande fonte de inquietação do Fundo é a instabilidade financeira, um fenômeno que afeta diretamente a confiança e a demanda das economias. Na apresentação do documento, o economista chefe do FMI, Maurice Obstfeld, destacou que desde meados do ano passado são observadas "duas rodadas distintas de turbulência financeira global".

Outro fator de desequilíbrio apontado pelo relatório é a instabilidade da Síria, que leva milhões de pessoas a deixarem o país e buscarem uma vida melhor nos países europeus. Para o FMI, o fluxo de refugiados para o continente, que já registra índices alarmantes de desemprego, provoca uma onda de "nacionalismo".

Na opinião de Obstfeld, caso os riscos não sejam enfrentados de forma adequada, toda a economia mundial poderá iniciar a rota de uma recessão generalizada.

China cresce na transição

Entre as principais economias do mundo, apenas a China teve uma revisão em alta, mas o FMI destacou que o gigante asiático está em uma transição para um crescimento sustentável "baseado no consumo e nos serviços". O país irá crescer 6,5% este ano (+0,2%) e 6,2% em 2017.

De acordo com as previsões do FMI, a região da América Latina e Caribe deve registrar um recuo de 0,5% em 2016, com uma recuperação em 2017, e projeção de crescimento de 1,5%.

Este ano, o desempenho econômico da região será pior que em 2015, quando os países latino-americanos registraram contração de 0,1%, segundo a instituição.

Caso as estimativas do Fundo para 2016 na América Latina e Caribe se concretizem, a região terá dois anos seguidos de recessão, algo inédito desde 1982-1983, quando a crise da dívida desencadeou a chamada "década perdida" para os países da região.

 

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