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Lobby europeu vence e carne bovina fica fora do acordo UE-Mercosul, diz Les Echos

A decisão da Comissão Europeia de retirar a carne bovina das negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia foi uma vitória do lobby agrícola europeu, afirma o jornal Les Echos em sua edição desta segunda-feira (9).

A carne bovina ficou de fora das negociações do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
A carne bovina ficou de fora das negociações do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. REMY GABALDA / AFP
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O diário reproduz a informação divulgada na sexta-feira (6) pela Interbev, Associação Francesa Interprofissional de Pecuária e Carnes, na qual o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, decidiu excluir a carne bovina das negociações. A iniciativa foi comemorada pela entidade, que enviou uma carta com o pedido ao líder europeu.

Segundo o diário, a França e um grupo de mais 13 países se mobilizou intensamente após o anúncio, em 8 de abril, pela comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, e pelo chanceler Rodolfo Nin Novoa, do Uruguai, país na presidência rotativa do Mercosul, de uma troca de ofertas para abertura de seus respectivos mercados na segunda quinzena de maio.

A reportagem explica que a coalizão comandada pela França enviou uma nota estratégica alertando para que os negociadores da União Europeia não fizessem propostas que correspondessem aos "interesses ofensivos dos parceiros" sul-americanos. A Comissão, segundo Les Echos, estaria pronta para autorizar a importação de 78 mil toneladas de carne sem hormônios com taxas de importação reduzidas. O bloco europeu já importa € 20,6 bilhões de produtos agrícolas do Mercosul e exporta apenas € 2,2 bilhões, segundo dados de 2015.

Tensão com a Espanha

A manobra francesa corre o risco de criar tensões com o governo espanhol, favorável a um acordo de livre comércio, destaca a reportagem, citando uma declaração do secretário de Estado do Comércio da Espanha, Jaime Garcia-Lega, de que seria um "grande erro se a França tentasse impedir a troca de ofertas". Na semana passada, o chanceler espanhol já havia dito que a "posição de Madri era completamente diferente da França" e considerava a abertura das negociações com o Mercosul "extremamente urgente".

Na França, a Interbev não pretende parar sua ofensiva, e depois das negociações com o Mercosul, defenderá uma decisão parecida em relação ao acordo de livre comércio em discussão atualmente entre a União Europeia e os Estados Unidos.

 

 

 

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