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Petróleo/Opep

Bolsas e preço do petróleo sobem após acordo da Opep

As principais bolsas europeias estão em alta e as ações das empresas do setor de petróleo ganham mais de 4% nesta quinta-feira (29), após o acordo histórico anunciado na noite de quarta-feira (28) pela Opep. Reunidos em Argel, os representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo decidiram diminuir a produção do produtro para valorizar o valor do barril.

Os membros da Opep (Opec na sigla em inglês) chegaram a um acordo surpreendente para redução da produção, na quarta-feira 28 de setembro de 2016, em Argel.
Os membros da Opep (Opec na sigla em inglês) chegaram a um acordo surpreendente para redução da produção, na quarta-feira 28 de setembro de 2016, em Argel. REUTERS/Ramzi Boudina
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As principais bolsas europeias ganhavam mais de 1% nas primeiras horas do pregão nesta quinta-feira. A bolsa de Paris registra alta de 1,5%, Frankfurt +1,13% e Londres + 1,17%. A exemplo do que aconteceu com as ações de empresas do setor de petróleo em Wall Street e Tóquio, o índice petrolífero europeu registra um aumento espetacular de 4,6% nesta manhã.

O acordo entre os membros do cartel, que produz 40% do petróleo mundial, fez os preços subirem. O barril de WTI para entrega em novembro subiu de US$ 2,38 para US$ 47,05 no mercado de Nova York. Em Londres, o barril de Brent para novembro subiu US$ 2,72, a US$ 48,69. A decisão dos países produtores de uma pequena redução da produção é a primeira do gênero em oito anos e foi uma surpresa.

Valorizar o preço do barril do petróleo

O preço do petróleo atingiu valores historicamente baixos nos últimos dois anos, devido à oferta elevada no mercado internacional e à desaceleração da economia mundial. Em janeiro, o barril chegou a custar US$ 26 contra US$ 106 em junho de 2014. O acordo fechado pelos 14 países exportadores prevê um barril a U$ 50 dólares. A produção será reduzida dos atuais 33,2 milhões para 32,5 milhões de barris/dia.

"A reunião de Argel foi muito longa, mas histórica", declarou o ministro de Energia do Catar, Mohamed Saleh Al-Sada. Ele informou que o nível de redução por país será definido antes da próxima reunião do cartel, prevista para 30 de novembro.

O representante do Catar disse que a reunião aconteceu "em uma atmosfera muito positiva que reflete a forte coerência na Opep", a fim de impulsionar os preços, que caíram mais de 50% desde meados de 2014.

A decisão da Opep foi recebida como uma vitória pelos produtores de hidrocarbonetos de xisto nos Estados Unidos, responsáveis, em parte, pela oferta elevada do produto. Eles aguardavam a medida há dois anos e estimam ter vencido a guerra de preços lançada pelo cartel.

Um acordo difícil

A expectativa de um acordo era baixa. As fortes divergências entre as duas potências rivais no Oriente Médio, a Arábia Saudita, líder do cartel, e o Irã, pareciam difíceis de superar. O fracasso de uma reunião parecida em Doha abriu um precedente pouco animador.

O Irã, de volta aos mercados graças à suspensão de sanções internacionais, resultante do acordo histórico de julho de 2015 com as grandes potências, pressionava para manter a produção e aproveitar seu retorno à praça. A Arábia Saudita, como principal produtora mundial, não parecia disposta a ceder e muito menos dar espaço a seu grande rival xiita.

Mas vários países produtores, muito dependentes das receitas petrolíferas - entre eles, a Venezuela -, pediram o congelamento da produção, a fim de estimular o nível das cotações.

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