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G20/Buenos Aires

Cenário de tensão comercial no mundo domina debate no G20 em Buenos Aires

Nesta terceira reunião de ministros da Fazenda e de presidentes de Bancos Centrais do G20, a principal discussão passa pelos possíveis cenários da economia mundial como consequência de uma "guerra comercial" a partir das medidas protecionistas do presidente norte-americano, Donald Trump. 

O ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, e a diretora do FMI, Christine Lagarde.
O ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, e a diretora do FMI, Christine Lagarde. Ministério da Fazenda da Argentina
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Do correspondente da RFI Brasil em Buenos Aires

O contexto de incerteza domina as previsões econômicas das 19 nações industrializadas e emergentes, além da União Europeia como bloco, aglutinados no G20. Embora o Fundo Monetário Internacional continue prevendo um crescimento de 3,9% na economia mundial em 2019, a diretora-gerente do Fundo Monetário, Christine Lagarde, já publicou que a expansão econômica se desacelera na Europa e no Japão e que o crescimento passou a ser algo improvável nos países emergentes e mais vulneráveis como Brasil e Argentina, sendo este último o mais castigado de todos e único a precisar recorrer a um socorro financeiro do próprio FMI.

Christine Lagarde revelou que está trabalhando com os membros do G20 sobre o pior cenário global possível a partir das medidas tarifárias concretas já tomadas anteriormente.

"Estamos compartilhando com os membros do G20 um documento anexo ao nosso programa de monitoramento que será discutido hoje. Identificamos o impacto direto em cenários de restrições comerciais como resultado da escalada de tarifas", anunciou.

Encolhimento global

Segundo Lagarde, o PIB global pode encolher em 0,5% em 2020. Esse cenário, no entanto, não inclui as medidas mais recentes nem as hipóteses sobre medidas anunciadas, mas ainda não aplicadas. O número, portanto, deve ficar defasado.

"Não estamos especulando sobre o que virá a seguir porque isso precisa ser gradual. Mas, sem considerar os mais recentes anúncios, o pior cenário impacta em 0,5% do PIB Global (em 2020)", indicou Lagarde.

O ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Sholz, disse que vai promover medidas para garantir o livre e justo comércio, uma mensagem apoiada pelos emergentes como Brasil e Argentina que defendem o multilateralismo comercial.

"Os lucros são melhores quando cooperamos entre todos", concluiu Scholz.

Guerra comercial

As medidas tarifárias aplicadas por Donald Trump que restringem o comércio global apontam principalmente contra a China e contra a União Europeia que reagem com retaliações. Estados Unidos e União Europeia por uma lado e China por outro entrecruzam ameaças de represálias comerciais. Essa "guerra comercial" traduz-se na discussão Protecionismo versus Livre Comércio que permeia o debate mundial e domina a agenda desta reunião.

Outro debate no G20 é quanto ao risco das chamadas "criptomoedas" (Bitcoin) como ferramenta para a lavagem de dinheiro e para o financiamento do terrorismo.

O G20 reúne a União Europeia e outros 19 países industrializados e emergentes: Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, África do Sul, Turquia e Argentina, primeiro país latino-americano em presidir estas reuniões.

O grupo representa 75% da população mundial, 85% do PIB Global e 75% do comércio internacional. O objetivo do encontro é chegar a acordos -até agora difíceis- para recomendações aos chefes de Estado que se reunirão nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro em Buenos Aires.

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