Rali Dakar é criticado por impactos ambientais e insegurança

Neste sábado, acontece a largada da 34ª edição do Rali Dakar, em Lima no Peru. Mas a corrida tem ficado em segundo plano, conforme a segurança e os possíveis impactos ambientais ocupam as manchetes. No total, 459 veículos sairão da capital peruana com destino a Santiago. Antes de chegar à capital do Chile, no dia 20 de janeiro, os corredores passam pela Argentina.

Pilotos sul-africanos agitam bandeira peruana após treino técnico em Lima, nesta quinta-feira REUTERS/Enrique Castro-Mendivil

O problema é que, nesta rota, eles atravessam o deserto de Nazca, uma das maiores reservas de fósseis do planeta. De acordo com Carlos Vildoso, diretor do Instituto Peruano de Paleontologia, a região é repleta de restos fossilizados de grandes animais como baleias e golfinos, que datam de até 20 milhões de anos. Eles poderiam ser danificados, como já aconteceu em edições passadas da corrida.

A questão da segurança também tem gerado preocupação. Apesar de contar com uma equipe de segurança de 140 pessoas, além de 60 médicos em cinco helicópteros e dez veículos, o rali é uma modalidade arriscada. Prova disso é que, na soma das edições, ele já causou 59 mortes. Entre elas, 20 espectadores. Na última edição, o piloto argentino Jorge Martinez Boero morreu no primeiro dia de corrida. "Este é um esporte radical", justificou o organizador Etienne Lavigne. "Risco zero não existe".

Criado em 1978, o rali Dakar era tradicionalmente disputado entre Paris e a capital senegalesa. Conflitos armados no trajeto fizeram a organização mudar o curso para a América do Sul, onde aconteceram as últimas cinco edições.

Na categoria motos do rali, o brasil tem um único representante: o piloto Jean Azevedo. Os demais brasileiros são Guilherme Spinelli, Youssef Haddad, Marco Stroczynski, Kleber Cincea, Bruno Sperancini, Thiago de Vargas e Reinaldo Varela, todos competindo com carros.