Bronze de "Baby" mantém tradição do judô em Olimpíadas
Rafael Silva conquistou a medalha de bronze nesta sexta-feira (12) na competição que encerrou a participação do judô nos Jogos do Rio, a da categoria pesado (+100kg). Ao subir no pódio, “Baby”, como é mais conhecido, manteve a tradição do judô masculino de conquistar medalha em todas as Olimpíadas, desde 1984.
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Do enviado especial ao Rio de Janeiro,
O paranaense, de 29 anos, repete o mesmo desempenho dos Jogos de Londres, em 2012, e conquista sua segunda medalha de bronze consecutiva, assim como a gaúcha Mayra Aguiar, no dia anterior.
Bastante feliz com a medalha conquistada depois da disputa contra o uzbeque Abdullo Tangriev, “Baby” disse que vai precisar de mais um tempo para entender melhor a conquista. “A ficha ainda vai cair. ‘Medalhar’ em casa é diferente. A torcida me ajudou bastante. A cada shido (penalidade, no judô), a cada projeção que eu fiz, a torcida estava junto e pressionou muito o adversário”, disse, após a saída o tatame.
O peso pesado também lembrou das dificuldades que teve desde o ano passado, quando teve uma lesão no tendão do músculo peitoral que o impediu de disputar os Pan Americanos de Toronto, no Canadá.“2015 foi um ano muito ruim para mim, tive que me recuperar de uma lesão. Com muita fé, Deus me ajudou a voltar, só tenho que agradecer toda a torcida, toda a equipe de trabalho que me ajudou a ganhar essa medalha. Essa medalha é de todo mundo que contribuiu bastante para minha volta. Ter essa recuperação e conquistar uma medalha em casa é maravilhoso”, disse, após sair do tatame.
Parou no campeão
Rafael Moura teve uma começo muito bom na competição. Passou pelo húngaro Ramon Pileta, e na, sequência, pelo russo Renat Seidov. Mas o sorteio da chave o colocou nas quartas de final no caminho de Teddy Rinner, o campeão olímpico e mundial de judô, considerado um verdadeiro fenômeno no esporte. Apesar de um combate duro, ele foi derrotado por um wazari.
“Estou feliz de ter lutado contra o Teddy, uma lenda do esporte, um atleta diferenciado. Eu fui para cima dele, tentei ganhar, coloquei golpe. Foi uma luta dura e acho que ele ficou cansado”, disse, sorrindo.
Com a derrota para Rinner, que terminou em 1° lugar na competição, Rafael Silva foi para a repescagem. Ele ganhou do holandês Roy Meyer antes de encarar e vencer Tangriev na disputa do bronze. Última esperança de conquistar a medalha para o judô masculino do Brasil no Rio, “Baby” disse não ter entrado com a pressão de manter a tradição.
“Não entrei preocupado com isso. Fiquei preocupado com a luta mesmo. Estou bem feliz de ter ganhado essa medalha. Vou compartilhar com minha equipe essa medalha, toda minha equipe trabalhou muito, se sacrificou bastante. Mais pessoas mereciam a medalha também”, afirmou.
Futuro: Jogos de 2020
Além da torcida da Arena Carioca 2, Rafael também contou com a presença de sua família para dar força, incluindo a avó, que também presenciou sua medalha de bronze, em Londres. “Ela é pé quente, acho que a partir de agora vou levá-la em todas as competições”, brincou.
Apesar de um período de descanso para sentir a “ficha cair”, Rafael Silva já tem a cabeça no futuro e uma volta à arena olímpica está no seu horizonte: “Vou viver ano a ano, cada um deles é importante com as competições e vou tentar levar até Tóquio. É difícil falar, Tóquio é daqui quatro anos. Mas vou continuar treinando, evoluindo para desenvolver meu judô e continuar lutando como eu gosto”.
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