Começou o julgamento da apelação de Blatter contra suspensão do futebol
Depois de Michel Platini, chegou a vez do ex-presidente da FIFA, Sepp Blatter, apresentar a sua apelação ao Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça, pedindo a redução da sua pena de afastamento de seis anos de qualquer atividade ligada ao futebol.
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Na primeira instância, Joseph Blatter e Michel Platini foram ambos suspensos por oito anos pela justiça interna da FIFA, entidade que foi abalada por uma vasto escândalo de corrupção em maio de 2015. Na época, a Comissão de Ética da FIFA os julgou culpados de “abuso de cargo”, “conflito de interesses” e “gestão desleal”.
Num segundo momento, a punição de ambos foi reduzida para seis anos a pedido da Comissão de Recursos da FIFA. Imediatamente, Platini recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne, onde conseguiu reduzir ainda mais o seu tempo de suspensão de seis para quatro anos, com apoio de Blatter como testemunha.
Ainda que os dois homens se declarem inimigos mortais, cabe agora a Platini testemunhar a favor de Blatter, já que os dois foram condenados pelo mesmo caso – o controverso pagamento de Blatter a Platini de € 1,8 milhão em 2011.
O que o juiz apitar estará valendo
“Eu aceitarei o veredicto porque no futebol nós aprendemos a ganhar, mas também a perder”, declarou Blatter quando chegou hoje ao tribunal em Lausanne, a bordo de uma Mercedes preta, na companhia de seus advogados. “Eu não me chamaria Sepp Blatter se eu não acreditasse numa solução, se eu não estivesse otimista. É importante estar otimista, ainda que seja importante também lembrar que isso é o futebol, e no futebol há sempre um árbitro”, completou o ex-presidente da FIFA antes de entrar no tribunal.
“Fico na dúvida se o árbitro já não tomou a sua decisão antes da partida”, emendou Platini, menos otimista, chegando logo depois ao Tribunal Arbitral do Esporte.
Redução da pena de Platini poderá favorecer Blatter?
Essa é a grande questão hoje em Lausanne. A derrocada do poderoso chefão da FIFA (e do futebol mundial) começou em 2015 com a implosão das alianças internas da entidade. Acusado e pressionado por seus próprios pares, Blatter, de 80 anos, acabou por abdicar a presidência da FIFA pouco após a sua reeleição. A demissão voluntária, contudo, não o livrou da investigação que acabou por lhe afastar por oito anos de toda e qualquer atividade ligada ao mundo do futebol.
Em maio de 2016, o Tribunal Arbitral do Esporte, “constatou a existência de um contrato válido” entre Platini e a FIFA (Blatter), mas não ficou “convencido da legitimidade do depósito” feito em favor de Platini, como “honorários atrasados”. De qualquer modo, Platini conseguiu a redução da sua pena.
Além da justiça esportiva, Blatter é alvo de um processo na justiça suíça, não só em relação ao pagamento a Platini, mas também por um contrato de venda de direitos televisivos que, muito abaixo do preço de mercado, teria lesado a FIFA.
A FIFA, por sua vez, fechou as portas definitivamente ao seu antigo presidente, denunciando, em junho passado, um esquema de “enriquecimento pessoal” que teria beneficiado Blatter e dois de seus assessores em US$ 80 milhões. O ex-dirigente nega vigorosamente todas as acusações.
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