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Esporte em foco

Jogadores brasileiros na França participam de homenagens à Chapecoense

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Vários jogadores brasileiros atuando no futebol francês lamentaram a perda de antigos amigos e profissionais que morreram na queda do avião na Colômbia que levava o time da Chapecoense para a disputa da primeira partida da final da Copa Sul-Americana.

O atacante do PSG, Lucas Moura, exibe uma bandeira do Brasil, no final da partida entre o PSG e o Angers, no dia 30 de novembro, em homenagem à Chapecoense.
O atacante do PSG, Lucas Moura, exibe uma bandeira do Brasil, no final da partida entre o PSG e o Angers, no dia 30 de novembro, em homenagem à Chapecoense. Franck Fife/AFP
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Para o zagueiro Hilton Vitorino, atualmente defendendo as cores do Montpellier, o drama teve uma dimensão ainda mais dolorosa pois atingiu seu primeiro clube da carreira. Ele chegou em Chapecó em 1996 ainda como juvenil e foi formado no clube da cidade do oeste catarinense. Dois anos depois se tornou profissional e disputou um campeonato estadual antes de ser transferido para o Paraná Clube.

Na madrugada de terça-feira (30) ele foi acordado com a notícia trágica da queda do avião. “Foi muito triste acordar com uma notícia assim, uma tragédia. E ainda mais com a Chapecoense que vinha fazendo uma campanha excelente na Copa Sul-Americana. Eu, como antigo jogador da Chapecoense, fui formado lá e acompanho o clube desde que deixei Chapecó. É muito doloroso”, afirmou.

Hilton conhecia alguns membros da diretoria e o massagista desde a época que jogou pelo clube, além do jornalista Rafael Henze, que sobreviveu ao acidente.

Com a voz embargada, ele lembrou as homenagens feitas pelos torcedores do Atlético Nacional e da Chapecoense que no dia programada para a primeira partida da final, foram aos seus respectivos estádios para homenagear as vítimas. “Foi muito bonito. Era o mínimo que deveria ser feito e o que podemos fazer, lembrar dessas pessoas e dos momentos bons para continuar viver. A homenagem foi muito grande e muito linda.

Lucas Moura perdeu um grande amigo na tragédia

O atacante do PSG, Lucas Moura também lamentou a perda no acidente de um grande amigo, Cléber Santana. Os dois jogaram juntos no São Paulo entre entre 2010 e 2012, depois de Cléber ter voltado de uma temporada no Atlético de Madrid. “Ele me ajudou bastante no início da minha carreira, no São Paulo. Fiquei muito chateado e triste. Estou machucado por dentro”, confessou.

“Só consigo pensar na família, nos filhos, no que eles deixaram para trás. Neste momento, peço a Deus que conforte as famílias e dê forças para seguir em frente para superar este momento”, continuou.

Seu companheiro de clube no PSG, o zagueiro Marquinhos, foi acordado por uma mensagem do irmão que revelou a notícia. “Fui logo buscar mais notícias do que tinha acontecido e fiquei uns vinte minutos paralisado, chocado”, afirmou.

“É muito triste e choca porque é uma realidade muito próxima da nossa que viaja para jogar, deixa a família. Estamos prestando homenagens e vemos a comoção do mundo inteiro para as famílias, os amigos. Conforta um pouco o coração das pessoas que tiveram essas perdas”, afirmou.

Homenagens dos clubes europeus à Chape

Assim como em muitos outros países, representantes do futebol francês e dos clubes organizaram homenagens como um minuto de silêncio antes dos jogos das rodadas. No jogo entre o PSG e o Angers, pelo campeonato francês, torcedores levaram bandeiras brasileiras para as arquibancadas do Parc de Princes, em Paris.

“Foi emocionante a homenagem que teve. Em um minuto de silêncio você começa a pensar, faz orações para que Deus abrace esses guerreiros que tinham um sonho. Eles estavam todos felizes, no melhor momento de suas carreiras. Foi um momento muito delicado, por isso tanta comoção”, comentou Marquinhos.

Os brasileiros na França também aprovam iniciativas como a atribuição do campeonato da Copa Sul-Americana para a Chapecoense e a possibilidade de o clube ficar três temporadas na Série A do Brasileirão sem ser rebaixado. “É um gesto muito bonito. É um reconhecimento de que independentemente da tragédia, a Chapecoense tinha um time que merecia conquistar o título. É um lindo gesto que estão fazendo”, reagiu Hilton.

“As iniciativas são muito boas. Claro que isso não vai diminuir a dor dos familiares e de amigos, mas é alguma coisa para o clube que estava em plena ascensão e que merece todo nosso respeito”, comentou Lucas.

“O clube estava em uma ascensão incrível. Em 2009 estava na série D e estava brigando para ser campeão da sul-americana. As iniciativas são válidas para ajudar o clube a se manter, se recuperar e se reerguer. Devem ser aprovadas”, insistiu.

Solidariedade para a Chape recomeçar

Para Hilton, o time precisa de uma força coletiva para poder superar esse momento trágico de sua história. “É o mínimo que deve ser feito, que a Chapecoense permaneça até 2020 na Série A do Brasileiro, sem ser rebaixada. E que outros clubes estejam dispostos a ceder jogadores. Tem que ser assim, porque não será fácil perder um grupo de 22 jogadores. Vai ter que começar tudo de novo, com outro projeto, outra estrutura. Quando você reinicia algo depois de uma catástrofe é até mais difícil, com essa dor. Nos próximos cinco anos, com certeza eles vão se reerguer."

Hilton também não descarta jogar pelo seu ex-clube durante uma ou duas temporadas como contribuição pessoal para o ressurgimento da equipe. “Por enquanto, aqui da França, o que posso fazer é orar para Deus confortar o coração de todos familiares e amigos das vítimas”, declarou.

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