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Rússia/Copa do Mundo

Brasil joga no estádio mais caro da Copa, inaugurado após 10 anos em obras

O Brasil estreou na Copa do Mundo da Rússia jogando contra a Suíça em Rostov, no dia 17 de junho. Mas a seleção brasileira também faz parte das que jogam em São Petersburgo, em um dos estádios mais emblemáticos desse mundial: o Krestovsky – Saint Petersburg Arena, projeto que levou 10 anos para ficar pronto.

O estádio Saint Petersburg Arena parece uma nave espacial na península de Krestovsky.
O estádio Saint Petersburg Arena parece uma nave espacial na península de Krestovsky. @FC Zenit
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Enviado especial a São Petersburgo

Falar da duração da construção do Saint Petersburg Arena é quase um tabu em Krestovsky, península onde foi erguido o gigantesco prédio com ares de nave espacial. O belo estádio, que leva o nome do principal time da cidade, era um dos mais esperados da Copa. Não apenas por receber alguns jogos importantes durante o Mundial, como a semifinal e a disputa pelo terceiro lugar, mas também pelas dificuldades encontradas durante sua realização.

Construído sobre um estádio datando dos anos 1950, o projeto do Saint Petersburg Arena, onde o Brasil enfrenta a Costa Rica no dia 22 de junho, começou em 2004, quando os russos nem imaginavam que iriam sediar a Copa do Mundo. Pensado inicialmente para receber 56 mil torcedores, o estádio, que serviria apenas como base para o Zenit, teve que se adaptar e as arquibancadas foram ampliadas para poder acolher mais de 64 mil pessoas.

Arquiteto morreu sem ver seu projeto sair do papel

No entanto, essa “pequena” mudança alterou todo o projeto, que precisou de novas fundações, capazes de comportar o número de espectadores esperados. O arquiteto japonês Kisho Kurokawa, que concebeu o estádio e morreu em 2007, sem ver seu sonho sair do papel, não havia previsto tantas alterações. Entre os inúmeros obstáculos de engenharia e arquitetura, estava o fato de que o terreno pantanoso da península teria que ser totalmente reforçado para suportar a estrutura do prédio, bem mais pesada que o previsto. Durante os dez anos de duração da obra, além dos problemas técnicos, denúncias de corrupção e até de trabalho escravo marcaram o projeto.

A conclusão da obra demorou principalmente por causa de problemas financeiros. Responsabilidade da gigantes do gás Gazprom, que havia comprado do Zenit, o projeto passou a ser administrado pelo governo quando a Rússia foi escolhida para sediar o Mundial, integrando todas as especificidades de um projeto público.  

Estádio mais caro do mundo

 

 

Apesar de todos esses obstáculos, o estádio foi inaugurado em 2017, pouco antes da Copa das Confederações. Na época, vários peritos denunciaram a explosão do orçamento, de cerca de US$ 1,4 bilhão, dez vezes maior que o previsto. Foi assim que o Saint Petersburg Arena anhou o apelido de estádio mais caro do mundo.

Porém, agora que a Copa já começou, essa polêmica faz parte do passado e os organizadores do mundial se orgulham em mostrar o resultado. Ultramoderno, o local pode acolher vários tipos de evento. “Até o gramado, instalado em uma plataforma suspensa, pode ser totalmente retirado do estádio para organizarmos shows”, aponta Anton Makarenko, do serviço de comunicação do FC Zenit.

Além disso, “tudo foi feito para receber torcedores com necessidades especiais, com elevadores, entradas adaptadas, rampas e tribunas para cadeiras de roda”, completa. E para evitar a síndrome do “elefante branco”, enfrentada pela África do Sul e pelo Brasil após a Copa, a “nave espacial” da península de Krestovsky promete deixar um legado no final do Mundial: uma ponte levadiça ligando o estádio ao continente, construída para facilitar o acesso ao local.

Durante a visita da reportagem da RFI, os últimos detalhes eram testados. Funcionários limpavam as arquibancadas, os cabos das tribunas de imprensa eram verificados e o gramado retocado para o início do mundial. Nossa passagem coincidia com uma inspeção da Fifa, cujos emissários também pareciam contentes com o que viam.

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