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Esporte em foco

Torcedores do PSG ainda não digerem eliminação na Liga do Campeões

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Quase três semanas após a eliminação do PSG na Liga dos Campeões da Europa, muitos torcedores ainda não digeriram mais um fracasso retumbante da equipe.

Torcedores do coletivo Ultras Paris desertam as arquibancadas no início do jogo contra o Olympique de Marselha rm protesto contra o clube pela eliminação da Liga dos Campeões
Torcedores do coletivo Ultras Paris desertam as arquibancadas no início do jogo contra o Olympique de Marselha rm protesto contra o clube pela eliminação da Liga dos Campeões E. RAMALHO/ RFI
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A derrota em casa por 3 a 1 para o Manchester United no dia 6 de março, sinônimo de eliminação da Liga dos Campeões da Europa ainda nas oitavas de final, foi um golpe considerado ainda mais duro do que a humilhante derrota de 6 a 1 para o Barcelona em 2017, na mesma competição.

Depois de vencer o Manchester United por 2 a 0 no primeiro jogo, a classificação no Parque dos Príncipes era quase uma formalidade, principalmente com tantos desfalques na equipe adversária. Mas o time de Neymar, fora da partida por contusão, errou várias vezes e deu de presente a classificação para o time inglês.

Na saída do estádio, o brasileiro Marquinhos, resumiu o sentimento dos próprios jogadores: “É difícil para todo mundo. Estamos revoltados. Como se diz no Brasil, é o momento de ‘comer a merda que fizemos’. Nem dá para falar muito. O que deveríamos fazer era em campo. Pecamos de novo. Pedimos desculpas aos torcedores que acreditaram, que estiveram com a gente lá e aqui. Estamos muito aborrecidos com o que aconteceu”.

A indignação dos jogadores e dos dirigentes do clube não se compara à revolta dos torcedores. Diante da repercussão tão negativa da eliminação e da imensa desilusão dos fãs, no dia seguinte à fatídica derrota, os membros do Coletivo Ultras Paris (CUP), que ocupam as arquibancadas do setor Auteuil e garantem a animação no estádio durante as partidas, protestaram e mostraram todo o seu descontentamento.

Boicote

Primeiro, por meio de um comunicado publicado nas redes sociais no qual lembravam que quase dois anos após a tragédia de Barcelona, o PSG voltou a ser de novo o alvo de gozações em todo o mundo. “O fervor e todo o apoio que vocês tiveram, vocês devolveram com vergonha e desprezo”, era a frase inicial do documento.

A culpa, segundo o coletivo, é toda dos jogadores incapazes de assumir suas responsabilidades e responder às expectativas depositadas neles. “Vocês falharam em sua missão”, escreveram. Os torcedores sublinharam: esperamos mais respeito, combatividade, profissionalismo e ambição.

E assumiram um tom mais agressivo ao expressar que são fiéis torcedores de um clube que “merece muito mais do que alguns mercenários que pensam mais na valorização salarial do que nas cores do PSG”.

A segunda etapa do protesto foi além das palavras e muito mais simbólico. Antes do jogo contra o arquirrival Olympique de Marselha pelo campeonato francês, o coletivo Ultras Paris anunciou um boicote. Durante cerca de 15 minutos, deixaram um setor das arquibancadas completamente vazio e fizeram uma greve de silêncio.

O protesto contou com várias faixas irônicas e outras com mensagens bem diretas. Uma delas pedia “respeito à instituição” e outras faziam referências aos jogadores que estariam mais preocupados com “dinheiro do que com o coração”.

Passado o boicote anunciado, os torcedores do coletivo voltaram a ocupar as cadeiras e garantiram o ambiente festivo para celebrar a vitória de 2 a 1 sobre o tradicional adversário.

Recado aos jogadores

Procurado pela reportagem da RFI, o Coletivo Ultras Paris não retornou o pedido, mas outros torcedores disseram entender a revolta e o recado dado aos jogadores. Eles também não escondem a decepção pela eliminação precoce da Liga dos Campeões, o objetivo maior do clube que domina há vários anos o futebol francês, mas pena em se impor na cena europeia.

No final da partida, Julien resumiu o sentimento dos torcedores com a situação atual do clube. “Há muita decepção porque o clube fez muitos investimentos e os jogadores devem fazer muito mais pelo clube, mostrando que não estão aqui só para ganhar dinheiro”, diz Fabrice.

“Sempre vamos estar presentes, afinal acima de tudo é a paixão. Mas é verdade que ano após ano é tudo igual… só decepção. Mas, depois, a gente supera e voltamos a torcer".

Final de temporada previsível

Com 20 pontos à frente do vice-líder, o PSG deverá ser campeão francês da temporada e ainda está na disputa de outro troféu, o da Copa da França. Com um final de temporada tão previsível, a emoção é mais contida.

“A temporada terminou. Só falta conquistar a Copa da França. É triste. Vamos estar diante da televisão, nos estádios para torcer, mas a temporada terminou. Agora é pensar no ano que vem. Vamos ver o que vai acontecer”, afirma.

Uma grande reformulação já está prevista no plantel da equipe, que na próxima temporada, sabe que a pressão para ir mais longe na Liga dos Campeões, vai ser ainda maior. “No próximo ano queremos ao menos que a equipe chegue às semifinais da Liga dos Campeões. É o mínimo”, conclui o torcedor Fabrice.

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