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Esporte em foco

Roland Garros tem estreia de quadras e apenas um brasileiro na briga pelo título de 2019

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Com um complexo renovado, mas não totalmente concluído, o torneio de Roland Garros espera acolher com mais conforto e novidades as estrelas do tênis mundial e sua legião de fãs. A edição de 2019 começou no dia 20 de maio e vai até o dia 9 de junho.

A nova quadra de tênis Simonne Mathieu após sua cerimônia de inauguração em Roland-Garros, em Paris. 21/05/19
A nova quadra de tênis Simonne Mathieu após sua cerimônia de inauguração em Roland-Garros, em Paris. 21/05/19 Philippe LOPEZ / AFP
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A grande novidade é a quadra criada para acolher alguns jogos dentro de um jardim de estufas tombado pelo patrimônio histórico.  Ganhou o nome de Simonne-Mathieu, em homenagem a uma francesa que foi número 1 do país nos anos 1930, duas vezes campeã do torneio parisiense, e uma resistente durante a Segunda Guerra Mundial.

Construída ao lado de estufas do belo Jardim de Serres d’Auteuil, a quadra tem uma arquitetura em harmonia com a natureza e espaço para 5 mil espectadores.

Os organizadores do torneio destacam que o ecossistema vegetal em torno da estrutura é único no circuito do tênis mundial. A quadra é parcialmente rebaixada no solo e a vantagem é que antes ou depois dos jogos é possível contemplar as quatro estufas que compõem o jardim.

Ficaram para trás as polêmicas envolvendo a prefeitura de Paris e os adversários do projeto, defensores do meio ambiente e do patrimônio que resistiram em aceitar a extensão do complexo esportivo para uma área cercada de verde e de natureza e classificado monumento histórico.

A renovação incluiu passarelas e alamedas para um melhor trânsito dos fãs pelas quadras no fundo do complexo e uma ampla oferta de espaços para descanso e alimentação.  

A reforma do complexo de Roland Garros começou em 2014 e só vai estar totalmente finalizada em 2022, e o ponto alto será a instalação de um teto removível na quadra principal, a Philippe-Chatrier onde são disputados os jogos com a presença dos melhores tenistas e as finais dos torneios de simples e duplas. Renovado para dar mais conforto, vai acolher 15 mil espectadores e a cobertura permitirá a realização das partidas mesmo em dias chuvosos, o que costuma acontecer durante o torneio.  

No momento, as obras foram interrompidas para a realização de mais uma edição do Aberto da França, considerado o mais charmoso dos quatro Grand Slams do circuito.

Brasil com apenas um tenista na disputa de simples

Se 2019 marca uma nova fase importante no projeto de expansão e modernização do local, para o Brasil o torneio traz espectativas limitadas. No quadro simples feminino nenhuma atleta vai representar o país, já que Beatriz Haddad Maia se machucou ainda durante uma das partidas do qualifying e abandonou a disputa.

As esperanças estão focadas em Thiago Monteiro. O cearense passou por três partidas no qualifying antes de garantir a vaga no quadro principal do torneio, mantendo assim a tradição do país em ter pelo menos um tenista na briga pelo troféu "Os Mosqueteiros".

Na saída da quadra, após a vitória contra o austríaco Lucas Mielder por 2 sets a 0 (6/2, 6/4), o cearense comemorou sua volta ao saibro parisiense, onde sua melhor campanha foi em 2017, quando foi eliminado na segunda rodada pelo francês Gaël Monfils.

“Vim preparado para fazer uma boa campanha. Me senti confiante nos últimos jogos, principalmente nesta semana, em que ganhei três partidas consecutivas, foi muito importante. Meu objetivo era realmente voltar a jogar no quadro principal”, afirmou à RFI.

Aos 24 anos, o atual 113° do ranking da ATP é o único representante brasileiro do quadro de simples, já que Thomaz Bellucci se recupera de uma lesão e Rogério Dutra Silva não passou do qualifying.   

“Não sinto o peso de salvar a tradição. Venho tentando representar o Brasil da melhor maneira possível. Poder jogar de novo em Roland Garros representando o meu país é muito gratificante”, diz o tenista, que tem no saibro seu piso preferido e uma motivação particular pelo torneio que consagrou seu ídolo Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros.  

“Grand Slam é sempre Grand Slam, mas temos a história do Brasil aqui. Nós [os brasileiros] também somos mais acostumados a jogar no saibro e esse Grand Slam é sempre especial”, comenta.

Seu técnico, o argentino Fabian Blengino, também vibrou muito com a classificação de Monteiro para o quadro principal: “A classificação foi muito merecida, ele treina muito, é um lutador. Ele merece fazer um grande torneio”, afirmou.

 

O cearense Thiago Monteiro ao final do jogo que garantiu vaga no quadro principal de Roland Garros
O cearense Thiago Monteiro ao final do jogo que garantiu vaga no quadro principal de Roland Garros E. RAMALHO

Horas depois de sair de quadra, um sorteio colocou o sérvio Dusan Lajovic, número 33° do ranking mundial no caminho do brasileiro. O confronto será inédito entre os dois atletas.

O sorteio tirou a expectativa de Thiago de encontrar na primeira rodada Rafael Nadal, que já ganhou 11 vezes o torneio e vai estrear contra um atleta que também passou pelo qualifying. Enfrentar o maior fenômeno do saibro da história do tênis seria uma ocasião especial. “Enfrentar Nadal em Roland Garros seria uma honra, ele é o maior vencedor de títulos aqui, é o ‘Rei do Saibro’. Seria uma experiência única, ainda mais agora que esses grandes nomes estão jogando cada vez menos e nunca se sabe até quando vão jogar”, conclui, esperançoso.

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