As especulações sobre o interesse do Real Madrid pelo atacante Kylian Mbappé fizeram o diretor esportivo do PSG, Leonardo, sair do silêncio para afastar os boatos de uma eventual saída do prodígio francês do clube parisiense.
Com colaboração de Marco Martins,
Depois da vitória de 1 a 0 do PSG contra o Club Bruges pela Liga dos Campeões, na quarta-feira (6), resultado que garantiu por antecipação a vaga do clube francês na próxima fase da competição, Leonardo surpreendeu ao vir falar com os jornalistas na saída do estádio Parc des Princes. A estratégia foi de dar uma resposta aos rumores frequentes na imprensa esportiva europeia que dá cada vez mais destaque para o interesse crescente de clubes por Mbappé.
O jovem de 21 anos, campeão mundial, é cobiçado por grandes clubes, e virou especialmente alvo do poderoso Real Madrid, que vem multiplicando investidas para atrair o francês, cujo salário anual é de mais de 18 milhões de euros.
Até o treinador Zinedine Zidane já deu a entender que gostaria de contar com o compatriota na capital espanhola. Mas a contra-ofensiva do Paris Saint-Germain veio nas palavras diretas e sem rodeios de Leonardo: “Mbappé tem dois anos e meio de contrato com a gente, não tem nem o que discutir sobre isso. Mbappé é um jogador extraordinário e está na hora de parar de falar do Mbappé aqui, ou lá, e ele aqui vai continuar. Essa conversa talvez seja fora de hora e de lugar”.
Caso Neymar superado
A preocupação do PSG é não apenas conservar um dos maiores jogadores e ídolos da torcida, mas também não desestabilizar o ambiente dentro do clube, que vive uma boa fase dentro de campo e e parece ter superado o conturbado caso Neymar.
O camisa 10 da equipe ainda se recupera de uma lesão contraída durante um amistoso da seleção brasileira. A volta aos gramados é aguardada para avaliar também se a torcida organizada parisiense Ultras, já deixou para trás a ira contra o brasileiro. O desejo de Neymar de deixar o PSG, que acabou não se concretizando, criou um fosso com alguns torcedores e ele chegou a ser vaiado no início da temporada.
A relação do diretor esportivo com Neymar também parece ter entrado nos trilhos, depois de um período cheio de turbulências durante as negociações frustradas para a saída do jogador. Segundo a imprensa francesa, Leonardo chegou a dizer no vestiário, diante de todos os jogadores, que falaria em francês, e quem não entendesse deveria estudar a língua, um recado direto a Neymar. O episódio deixou lições e segundo Leonardo, o clima hostil foi superado e o desejo do jogador é voltar logo a atuar com a camisa do PSG.
“Se percebe que ele está se dedicando muito. Dentro dele há uma vontade grande de voltar, de continuar a história dele que é extraordinária, e com certeza, cada passagem deixa o seu aprendizado, suas mensagens e a gente vai crescendo e espero crescermos juntos”, declarou.
PSG no caminho para se tornar grande clube
Ex-jogador do Flamengo, campeão mundial com a Seleção brasileira, Leonardo passou por gramados de diferentes países, da Espanha, França, Itália e Japão antes de se tornar treinador e na sequência diretor esportivo.
O brasileiro foi um dos motores propulsores da era PSG desde que o clube francês passou sob o comando do Catar. Com sua rede de contatos e influência, ajudou a atrair para a capital francesa, astros do futebol, como os brasileiros Thiago Silva, Thiago Motta, o treinador Carlo Ancelotti e o atacante sueco Zlatan Ibrahimovic. Mas a agressão em um juiz depois de uma partida do PSG encurtou sua primeira estada em Paris, que durou de 2011 a 2013.
Mas depois de uma temporada cheia de fracasso, marcada pela eliminação da Liga dos Campeões, quando o PSG perdeu a vaga para as quartas para o Manchester United, em casa, seu nome voltou a circular para tomar as rédeas da direção esportiva. A volta se consumou em junho deste ano.
Em poucos meses na volta ao cargo de diretor esportivo, Leonardo, de 50 anos, vê o Paris Saint-Germain no caminho certo para se tornar um dos grandes clubes da Europa, uma ambição que ainda não se concretizou.
Prudente, ele diz que sente que o PSG está “respondendo bem” ao exibir resultados efetivos como a liderança do campeonato francês e a classificação antecipada com cinco vitórias em cinco jogos na Liga dos Campeões.
“Mudanças aconteceram. É evidente para todo mundo. Não acho que a gente parte favorito para a Champions League, que o Paris Saint-Germain vai ganhar. O ano passado, sim, mas este ano, não, por uma série de evidências. Mas, por outro lado, é uma equipe que tem grandes jogadores e tem a possibilidade de se organizar e de se transformar em um time realmente competitivo”, acredita.
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