Deputados suíços aprovam proibição de burca em locais públicos
Os deputados suíços aprovaram nesta quarta-feira uma moção visando proibir o uso do véu integral muçulmano e de outras vestimentas que cubram todo o rosto em lugares públicos como o setor de transporte. A moção, proposta pelo deputado Oskar Freysinger, do partido UDC, o principal do país, foi adotado por 101 votos a favor e 77 contra.
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A medida deverá ainda ser votada pelo Conselho dos Estados, a câmara alta do parlamento suíço. “No momento em que a insegurança cresce nas ruas, cada vez mais pessoas dissimulam seu rosto com um capuz, uma máscara ou um véu integral. Isso torna a identificação das pessoas impossível, um fato particularmente problemático em casos de violência, de controle de identidade”, explicou o deputado.
O texto determina que qualquer pessoa que se dirija a uma autoridade federal, regional ou municipal deve fazê-lo com o rosto totalmente descoberto. A moção permite às autoridades proibirem o acesso a um órgão público de qualquer pessoa que estiver com uma vestimenta que cubra todo o rosto e que possa representar um risco para a segurança de outros cidadãos.
A participação a uma manifestação pública também fica proibida a pessoas com o rosto encoberto, com excessão de festas e celebrações que utilizem máscaras e outros acessórios similares.
O governo se opõe à medida por estimar que sua aplicação em todo o território, que não envolva questões relacionadas à segurança nacional, poderia ultrapassar as competências do governo previstas pela Constituição. Além da moção dos deputados, outras iniciativas locais estão sendo adotadas como a dos moradores de Tessin, na fronteira com a Itália, que deverão decidir se proíbem ou não o uso da burca.
Europa
A França foi o primeiro país da Europa a proibir o uso do véu integral muçulmano em locais públicos, seguido meses depois pela Bélgica. No dia 16 de setembro, o governo holandês, apoiado pelo partido de extrema-direita Geert Wilders, aprovou medida similar.
Na Suíça, o voto dos deputados acontece há três semanas das eleições federais, realizadas a cada quatro anos para renovar o parlamento. As últimas sondagens apontam o partido UDC como favorito para vencer o pleito.
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