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Crise/Europa

Divergências marcam início da Cúpula da UE para discutir crise

Os chefes de estado e de governo da União Europeia se reúnem nesta quinta e sexta-feira em Bruxelas para discutir a crise na zona do euro. Nesta quinta-feira, os líderes participam de um jantar de trabalho para preparar a Cúpula, terão 36 horas para encontrar uma solução para a crise dos déficits, que ameaça a economia do bloco e mundial.  

O presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler Angela Merkel chegam à Cúpula da União Europeia nesta quinta-feira.
O presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler Angela Merkel chegam à Cúpula da União Europeia nesta quinta-feira. Foto: Reuters
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Mesmo que esta esteja sendo considerada a última chance para os europeus de coordenarem uma ação política eficaz, a reunião começa evidenciando as divergências entre os líderes. Uma delas é sobre o papel do  Banco Central Europeu. Mario Draghi, o diretor do BCE, descartou nesta quinta-feira qualquer intervenção substancial da instituição. A modificação dos tratados proposta por França e Alemanha também está longe de um consenso. A Suécia, entretanto, já se declarou contra a mudança. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também disse que vetaria qualquer decisão que colocasse em risco os interesses britânicos. Pouco antes do início do encontro, ele se encontrou cerca de 30 minutos a portas fechadas com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

De acordo com  Merkel, uma reunião paralela dos membros da zona do euro deve acontecer à margem do encontro. Pouco antes do início do jantar de trabalho entre os participantes nesta quinta-feira, Merkel declarou que o euro deve reestabelecer sua credibilidade no mercado, abalada pela crise. A saída, repetiu, é uma disciplina orçamentária comum aos países membros, estabelecida pelos tratados europeus.

França e Alemanha defendem uma modificação dos tratados para cobrar dos estados mais rigor em relação às contas públicas e ao controle do déficit. Além disso, os dois países são favoráveis à aplicação de sanções aos estados que não respeitarem o limite do déficit de 3% do PIB (Produto Interno Bruto).Segundo a chanceler alemã, o papel da Comissão Europeia e da Corte de Justiça deve ser reforçado na gestão do controle orçamentário dos estados. O objetivo é que o novo tratado seja concluído até março.O presidente francês Nicolas Sarkozy alertou nesta quinta-feira para o risco de desintegração da zona do euro, dizendo que os países devem "agir rápido para evitar o pior." Segundo ele, esta é a última chance para os europeus de tentar coordenar um acordo.

Projeto de declaração final

Um projeto de declaração final circulou na noite desta quinta-feira. De acordo com o documento, os dirigentes da União Europeia estão "determinados a preservar a integridade da União Europeia e a coerência entre países da zona do euro e de fora da zona do euro", e estão determinado a "concluir um novo pacto orçamentário", para que os déficits dos países não ultrapasse 0,5% do PIB. Os estados também deverão detalhar seus projetos de emissão de títulos da dívida antecipadamente.  Além disso, países que não fizerem a lição de casa em relação a sus orçamentos serão automaticamente sancionados, em modalidades que ainda serão discutidas.

O MES (Mecanismo Europeu de Estabilização) substituirá o Fundo Europeu de Estabilização Financeira, criado para socorrer países em dificuldades, hoje dotado de 250 bilhões de euros e pode ser adotado já em 2012.  Ele terá uma capacidade máxima de 500 bilhões de euros. O MES e o FESF, que será desativado em 2013, vão coexistir durante um ano. De acordo com um responsável alemão, o país recusará a medida e também vai ser posicionar contra a emissão de eurobônus, títulos comuns das dívidas dos países europeus.

Nesta quinta-feira, o presidente americano Barack Obama pediu à União Europeia que tenha 'vontade política' para resolver a crise das dívidas soberanas, e se demonstrou preocupado com as consequências para a economia mundial. Segundo o presidente americano, mesmo os europeus reconhecem a urgência de adotar medidas 'audaciosas' para enfrentar a questão. Entre as propostas que serão discutidas hoje e amanhã em Bruxelas, estão a compra pelo Banco Central Europeu de títulos de países endividados e a emissão de eurobônus.

 

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