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Itália/Atentado

Atentado em escola na Itália mata uma estudante e deixa 10 feridos

Um atentado à bomba na frente de uma escola em Brindisi, no sudeste da Itália, matou uma estudante de 16 anos e deixou pelo menos mais dez gravemente feridas. A imprensa italiana lembrou que o ataque foi realizado a três dias antes da celebração dos 20 anos de morte do ex-juiz Falcone, um implacável combatente da máfia italiana.

A bomba explodiu em frente a uma escola que tem o nome do ex-juiz Falcone, conhecido por ter combatido a máfia siciliana.
A bomba explodiu em frente a uma escola que tem o nome do ex-juiz Falcone, conhecido por ter combatido a máfia siciliana. Reuters
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A explosão aconteceu às 7h50 da manhã quando os alunos se preparavam para entrar no colégio de ensino profissionalizante Morvillo-Falcone, nome em homenagem ao juiz siciliano Giovanne Falcone e de sua esposa Francesca Morvillo.

Segundo as primeiras informações dos investigadores, a bomba era uma artefato artesanal formado por três pequenos butijões de gás ligados entre eles e escondidos em mochilas colocadas no muro perto de uma entrada secundária da escola. A explosão foi detonada por um relógio e não acionada por controle remoto como chegou a ser divulgado anteriormente.

Melissa , uma jovem de 16 anos, não suportou os ferimentos e uma de suas amigas foi submetida a uma cirurgia no abdômen e seu estado é considerado grave. Otras vítimas tiveram queimaduras e uma delas deve ter os membros inferiores amputados, de acordo com autoridades locais.

Os policiais e seguranças criaram um cordão de isolamento em torno da escola. O estabelecimento de ensino profissionalizante tem 600 alunos, a maioria meninas que estudam moda e estilismo. O supervisor da escola, Angelo Rampino, acredita que oi objetivo era fazer o maior número de vítimas já que a bomba explodiu no horário em que os estudantes entravam na escola. “Se fosse às 7h30 não teria tantas consequências”, afirmou.

Choque

A Itália está em estado de choque diante de um atentado inédito no país já que estudantes secundaristas nunca haviam sido alvo de ataques. Nenhum grupo reinvidicou até o momento a autoria do atentado.

Questionada se a Sagrada Coroa Unida, como é conhecida a Máfia da Puglia, região onde aconteceu o ataque, estaria por trás da ação, a ministra do Interior da Itália, Annamaria Cancellieri respondeu que trata-se de uma situação “complexa”. Ela considerou o modo de ação “ pouco usual” e mencionou certas “anomalias”. “ Há numerosas hipóteses e nenhuma delas nos parece muita clara”, declarou a ministra.

Annamaria Cancellieri também disse “estar prudente” em relação à alusão feita imediatamente pela imprensa com o caso do juiz Falcone já que a escola tem o mesmo nome do juiz que ficou conhecido mundialmente por lutar contra a máfia. Giovanne Falcone morreu em 23 de maio de 1992 num atentado terrorista organizado pela máfia siciliana que colocou 500 quilos de dinamite em uma rodovia entre o aeroporto e o centro da cidade de Palermo e que explodiram durante a passagem do carro onde estavam o juiz e seus seguranças.

O prefeito de Brindisi, que em princípio havia feito uma ligação do atentado deste sábado com a morte do ex-juiz Falcone, estimou depois que “o modo de atuação não correspondia ao de grupos criminosos”. “Talvez seja um ataque de um louco, ou podemos considerar também que possa ser um ato criminoso vindo do exterior em ligação com grupos anarquistas”, afirmou Mimmo Gonsales ao lembrar que o objetivo foi de matar estudantes.

Testemunhas lembraram que recentemente houve um atentado contra o carro do presidente de uma associação que combate o “bulling” em Mesagne, cidade onde vivia a estudante assassianda e onde surgiu a Sagrada Coroa Unida, a menor das quatro máfias sicilianas.

Dos Estados Unidos, onde participa do G8, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, expressou “sua dor, indignação e sua cólera” diante do atp bárbaro e ordenou que nos próximos três dias as bandeiras italianas estejam a meio-mastro. Um evento cultural chamado “A Noite dos Museus” foi cancelado no país. Uma marcha com tochas está prevista na noite deste sábado nem Brindisi com a particpação de estudantes, sindicalistas e organizações anti-máfia para denunciar o ato violento.
 

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