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Rússia / Oposição

Procurador pede três anos de prisão para roqueiras do Pussy Riot

A procuradoria russa pediu nesta terça-feira três anos de prisão para as três jovens cantoras do grupo Pussy Riot acusadas de terem cantado uma "oração punk" contra o presidente Vladimir Putin em uma igreja ortodoxa de Moscou. As artistas receberam o apoio de várias celebridades da música internacional, como a popstar Madonna. O veredito deve ser divulgado ainda esta semana.

No alto à esquerda, Ekaterina Samutsevich; abaixo dela, a líder do grupo de punk rock russo Pussy Riot, Nadejda Tolokonnikova, e na foto grande, Maria Alekhina: o trio que ousou desafiar Putin chega ao tribunal, em Moscou, nesta segunda-feira.
No alto à esquerda, Ekaterina Samutsevich; abaixo dela, a líder do grupo de punk rock russo Pussy Riot, Nadejda Tolokonnikova, e na foto grande, Maria Alekhina: o trio que ousou desafiar Putin chega ao tribunal, em Moscou, nesta segunda-feira. REUTERS/Maxim Shemetov
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Presas há cinco meses, Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Ekaterina Samutsevitch, de 29 anos, e Maria Alekhina, de 24 anos, podiam pegar até sete anos de prisão. Elas foram acusadas pelo promotor Alexandre Nikiforov de "realizarem uma provocação religiosa cuidadosamente planejada" e de "se oporem ao mundo ortodoxo".

Nikiforov especificou que pediu somente três anos para cada uma, levando em consideração que elas não têm antecedentes criminais e que duas delas têm filhos pequenos.

Uma das advogadas da defesa, Violetta Volkova, denunciou na tarde desta terça-feira durante a audiência a maneira como o julgamento foi conduzido até agora, e sobretudo a falta de tempo para a defesa tomar conhecimento do processo, os debates apressados demais, as provas fabricadas pelo tribunal e as testemunhas de defesa impedidas de testemunhar.

Um outro advogado de defesa, Mark Feïguine, denunciou "uma encomenda política vinda de cima para colocar na prisão" as três cantoras, "opositoras políticas que criticaram à sua maneira a aliança entre a Igreja e um Estado autoritário".

A União Europeia se declarou hoje "preocupada" com as condições de detenção das três artistas do grupo Pussy Riot e com os atos de intimidação contra os advogados de defesa. Um porta-voz de Catherine Asthon, chefe da diplomacia europeia, pediu que a Rússia respeite suas obrigações internacionais, e principalmente o direito a um julgamento justo. Diplomatas europeus estão acompanhando de perto o processo em Moscou.

Profanação

Em fevereiro, as jovens do grupo Pussy Riot, na época praticamente desconhecido, apareceram encapuzadas, com guitarras e sonorização, na Catedral do Cristo Salvador e entoaram uma "oração punk" anti-Putin que incluía trechos denunciando o apoio da Igreja ortodoxa ao Estado. 

A ação do Pussy Riot sucitou reações acaloradas. Vários padres e fiéis denunciaram a profanação da catedral e um ataque contra os ortodoxos. A Igreja ortodoxa teve um renascimento após o fim da União Soviética em 1991. Cerca de 70% da população russa se declara ortodoxa, mesmo se o número de praticantes estaria em torno de 5 a 7%, segundo várias pesquisas.

Inúmeras personalidades russas e estrangeiras tomaram a defesa das jovens do Pussy Riot, julgando que a longa detenção e os processos contra elas são desproporcionais em relação aos fatos. O grupo Pet Shop Boys, o vocalista do Red Hot Chili Peppers, Anthony Kiedis, e o cantor Sting são alguns dos artistas que declararam publicamente seu apoio.

A cantora americana Madonna, que deve fazer um show na noite desta terça-feira em Moscou e um outro na quarta-feira em São Petersburgo, disse esperar "que o tribunal mostre clemência e que essas mulheres sejam logo libertadas", segundo declarações citadas pela mídia russa.

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