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Escândalo/carne de cavalo

Reunião de crise na França vai discutir escândalo da carne de cavalo

Representantes do governo francês e do setor agroalimentar vão se encontrar nesta segunda-feira em Paris para discutir o escândalo da carne de cavalo em produtos congelados supostamente preparados com carne bovina. Os pratos congelados da marca sueca Findus foram distribuídos na França, Reino Unido e Suécia. A fabricante francesa Cogimel, que produziu os alimentos, fornece também produtos para 16 países europeus.

Embalagem da lasanha da Findus que continha carne de cavalo ao invés de carne bovina.
Embalagem da lasanha da Findus que continha carne de cavalo ao invés de carne bovina. REUTERS/Chris Helgren
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O ministro do Consumo, Benoît Hamon, marcou uma reunião na segunda à noite com o ministro da Agricultura, Stéphane le Foll, e o ministro do setor agroalimentar, Guillaume Garot. Eles vão discutir o problema do rastreamento das carnes e assegurar o recolhimento de todos os produtos suspeitos, declarou Garot.

Na Grã-Bretanha, onde o consumo de carne bovina é tabu, um parlamentar pediu uma moratória sobre as importações de carne vindas da União Europeia. A rede de supermercados Aldi informou ter descoberto até 100% de carne de cavalo em alguns pratos congelados vendidos no Reino Unido. Na França, grandes redes de supermercados, como Casino e Carrefour, suspenderam produtos anunciados como carne bovina mas suspeitos de terem como ingrediente carne de cavalo, como espaguete bolonhesa, lasanhas e canelonis.

No centro das críticas está a fabricante Cogimel, que distribui produtos em 16 países da Europa. Foi a Cogimel quem preparou os pratos da Findus numa filial de Luxemburgo, com carne importada pelo distribuidor Spanghero, ambos do mesmo grupo francês de alimentação Poujol.

A holding Poujol adquiriu a carne de um distribuidor do Chipre, que terceirizou a encomenda a um distribuidor da Holanda, que comprou a carne de um matadouro na Romênia. O importador Spanghero (francês) afirma que a matéria prima da Romênia foi adquirida como sendo carne de vaca com o selo de qualidade "origem Europa".

Na Romênia, os profissionais do setor da carne se defendem, afirmando que os controles são sistemáticos nos abatedouros. E acusam os importadores franceses. “Se não houve reclamação na entrega, é porque havia cumplicidade com o produtor romeno; ou então os rótulos foram trocados depois”, declarou o presidente dos sindicatos da indústria alimentar da Romênia, Dragos Fromosu.

O estouro do escândalo traz à tona os perigos sobre a falta de rastreabilidade da carne e possibilidade de fraudes, uma vez que a carne de cavalo, ou de porco, é mais barata que a de boi. Foram levantadas suspeitas na Grã-Bretanha sobre a possibilidade de envolvimento de máfias italianas e polonesas no escândalo.
 

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