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Chipre/Crise

Ministro das Finanças do Chipre pede demissão

O ministro das Finanças do Chipre, Michael Sarris, pediu demissão nesta terça-feira, no mesmo dia em que uma comissão de inquérito foi nomeada para investigar os responsáveis pela crise do sistema financeiro cipriota. A situação de Sarris tinha ficado insustentável. Antes de chegar ao ministério, ele presidiu até agosto de 2012 o banco Laiki, o segundo maior do país, liquidado judicialmente em troca dos 10 bilhões de euros concedidos pelos credores internacionais para evitar a falência da ilha.

O ministro demissionário das Finanças cipriota, Michael Sarris.
O ministro demissionário das Finanças cipriota, Michael Sarris. REUTERS/Eric Vidal/Files
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O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, aceitou a renúncia de Sarris e nomeou para ministro das Finanças Harris Georgiades, que ocupava até então a pasta do Trabalho e da Seguridade Social. O presidente também pediu aos três juízes da comissão de inquérito (George Pikkis, Panayiotis Kallis e Yiannakis Constantinides) que investiguem com prioridade sua família e membros do alto escalão de seu governo. A comissão tem três meses para apresentar um relatório.

Durante a cerimônia de nomeação dos juízes, o presidente de Chipre evocou "atos" e "lacunas" na gestão da economia que levaram a ilha à beira da falência. Ele citou a dissolução de um dos maiores bancos do país (Laiki) e o prejuízo de milhares de clientes. Esta semana, a imprensa local veiculou rumores de que familiares de Anastasiades e do ex-presidente comunista Demetris Christofias transferiram dinheiro ao exterior antes do estouro da crise financeira.

Além das acusações de transferência ilegal de dinheiro, a comissão de inquérito deve investigar uma lista de políticos e familiares que teriam conseguido "apagar" suas dívidas nos últimos cinco anos. Os dois bancos alvos das acusações são o Laiki e o Bank of Cyprus.

À beira de um colapso financeiro, Chipre obteve no dia 25 de março um plano de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 10 bilhões de euros, em troca da reestruturação drástica de seu sistema bancário, uma situação que levou clientes do Laiki e do Bank of Cyprus a perderem boa parte de suas economias.

As contas com depósitos superiores a 100 mil euros estão congeladas nas duas instituições. O Laiki entrou em processo de liquidação judicial e os clientes do Cyprus terão até 60% de seus depósitos confiscados. Os pequenos correntistas do Laiki terão suas contas transferidas ao Cyprus.

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