Itália lança operação 'Mare Nostrum' para conter imigração
A Itália definiu três eixos de ação para enfrentar o aumento do fluxo de imigrantes em suas fronteiras e batizou a operação de 'Mare Nostrum', nome dado pelos antigos romanos para o mar Mediterrâneo. Esta madrugada, a guarda costeira italiana socorreu mais 400 imigrantes em três operações de salvamento distintas no canal da Sicília.
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Em dez dias, 400 imigrantes africanos, sírios e palestinos morreram em dois naufrágios quando tentavam chegar às ilhas de Lampedusa e Malta, consideradas portas de entrada na Europa.
Para evitar novas tragédias, o governo italiano decidiu estreitar a cooperação com os países de origem dos imigrantes, com a esperança que eles desistam de enfrentar a travessia perigosa. A proposta é coerente, mas ilusória na opinião de especialistas já que muitos imigrantes deixam seus países fugindo de guerras e da miséria.
A Itália também decidiu reforçar a vigilância das fronteiras, que de acordo com o ministro do Interior, Angelino Alfano, "são europeias antes de serem italianas". A partir de sexta-feira, o dispositivo naval atual de três navios militares e 12 lanchas será reforçado com um navio anfíbio e mais uma fragata. Segundo o ministro da Defesa, Mario Mauro, vários helicópetros dotados de infravermelho, para identificação noturna de embarcações, e aviões sem piloto do tipo drones vão policiar o Mediterrâneo.
O terceiro eixo de ação definido pelo goveno itaiano consiste em melhorar a recepção dos imigrantes, com mais vagas nos hospitais e nos abrigos de retenção provisórios.
Os custos desta operação vão aumentar em relação aos 4 milhões e meio de reais gastos atualmente por mês, mas o governo italiano não forneceu valores precisos.
O primeiro-ministro Enrico Letta disse que vai pedir aos líderes europeus na próxima cúpula do bloco, nos dias 24 e 25 de outubro, mais recursos para o Frontex, a agência de europeia de controle de fronteiras. Mas segundo o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, que enfrentou um naufrágio dramático na sexta-feira passada, a falta de dinheiro não é o maior problema. Muscat reclama uma estratégia clara, transparente, sobre a imigração na Europa.
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