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Grã-Bretanha/ França

Cameron e Hollande discordam sobre revisão de tratados europeus

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu mais uma vez uma revisão dos tratados europeus até 2017, quando o Reino Unido poderá realizar um referendo sobre a permanência ou não na União Europeia. Imediatamente, o presidente francês, François Hollande, declarou que o assunto “não é uma prioridade”.

Líderes concederam uma entrevista coletiva hoje, em Brize Norton (Inglaterra)
Líderes concederam uma entrevista coletiva hoje, em Brize Norton (Inglaterra) REUTERS/Andrew Winning
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“A Europa muda e precisa mudar”, afirmou Cameron, que enfrenta uma onda de ceticismo dos britânicos em relação ao bloco europeu. “Nós queremos ver essas mudanças, nós queremos ver uma renegociação. Essa renegociação vai trazer elementos para mudanças no tratado, e haverá um referendo na Grã-Bretanha no final de 2017”, prometeu.

Para o presidente francês, entretanto, este assunto não é uma “prioridade”. “A França deseja que a zona do euro seja mais coordenada, integrada. Sobre modificações nos textos, elas não nos parecem uma urgência”, argumentou Hollande. “Para nós, a revisão dos tratados não é uma prioridade.”

Os dois líderes se encontraram nesta sexta-feira (31) em Brize Norton, no Reino Unido, para uma reunião bilateral. As declarações foram feitas durante uma entrevista coletiva com a participação de ambos.

“A França deseja que o Reino Unido permaneça na União Europeia. Deseja uma Europa mais eficiente para atingir objetivos essenciais, como o crescimento, a energia, o emprego”, completou o francês, ressaltando que “respeita perfeitamente” a decisão de Cameron de submeter a permanência do país no bloco ao voto popular. O referendo é uma das promessas do premiê para um segundo mandato, se ele for reeleito no ano que vem.

Elogios a mudanças na política econômica

Cameron, membro do Partido Conservador, disse ainda que o presidente socialista francês escolheu “o caminho certo para aumentar os investimentos e criar empregos”, ao anunciar um “pacto de responsabilidade” para melhorar a competitividade na França.

“Eu acredito que os projetos que o presidente anunciou recentemente para reduzir os impostos para as empresas, reduzir os custos do trabalho e eliminar regulamentações desnecessárias são o caminho para aumentar os investimentos e criar empregos”, indicou Cameron. “Como parceiro comercial, com centenas de empresas britânicas que investem na França, essas reformas também serão boas para a Grã-Bretanha”, disse o líder.

Anunciado por François Hollande em 31 de dezembro, este pacto prevê o redução dos encargos trabalhistas para as empresas, num montante estimado em 30 bilhões de euros até 2017, em troca de um esforço do setor privado para a criação de empregos. O pacto tem sido criticado pelos sindicatos franceses, desconfiados sobre o cumprimento do acordo.
 

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