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Crimeia/Ucrânia/Rússia

Tensão aumenta na Crimeia após invasão da sede da Marinha

Um dia após a anexação da Crimeia à Rússia, aumenta a tensão e o risco de uma escalada de violência na região. Cerca de 200 milicianos tomaram a sede da Marinha na manhã desta quarta-feira (19). Um militar ucraniano foi morto na terça-feira (18) e Kiev avisou que seus soldados podem atirar para se defender. Representantes da Ucrânia foram enviados à região para "colocar um ponto final no conflito". 

A bandeira russa foi hasteada na sede da Marinha em Sebastopol, Ucrânia, na manhã desta quarta-feira, 19.
A bandeira russa foi hasteada na sede da Marinha em Sebastopol, Ucrânia, na manhã desta quarta-feira, 19. REUTERS/Vasily Fedosenko
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A morte de um soldado ucraniano, vítima de um ataque contra sua unidade militar em Simferopol, trouxe novamente à tona o risco de uma escalada de violência na Crimeia. Kiev, que até então pedia a seus homens que não revidassem, mudou de posição e autorizou o uso de armas por seus soldados em caso de ofensiva. Para o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, o conflito na região passou "da fase política a uma fase militar".

A tensão também se intensificou após a invasão, na manhã desta quarta-feira, da sede da Marinha ucraniana por cerca de 200 milicianos pró-Moscou. Três bandeiras russas foram instaladas no prédio, na cidade portuária de Sebastopol, e o chefe da base teria sido capturado pelos milicianos. O ministro ucraniano da Defesa, Igor Teniukh, excluiu a retirada de suas tropas da península.

O ministro, acompanhado do vice-premiê, Vitali Iarema, decidiu ir até a Crimeia para “colocar um ponto final na escalada do conflito”, segundo informações do governo ucraniano. O comunicado não informa se a visita foi negociada com Moscou e com as autoridades separatistas. O primeiro-ministro da Crimeia, Serguiï Axionov, avisou que os representantes de Kiev não serão autorizados a entrar na região.

Reações

A comunidade internacional, contrária à anexação, continua se mobilizando. Além de sancionar dirigentes russos e ucranianos, congelando bens e suspendendo vistos, novas medidas foram anunciadas. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que uma eventual incursão militar russa no leste da Ucrânia seria um ato escandaloso. Já o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, faz uma turnê pelos países bálticos para demonstrar apoio aos aliados que se preocupam com a agressividade russa.

Na Europa, a Grã-Bretanha suspendeu toda a cooperação militar com Moscou e o chanceler francês, Laurent Fabius, ameaçou suspender um contrato assinado em 2011 para a venda de dois porta-aviões franceses aos russos. A chanceler alemã Angela Merkel contestou a legalidade do referendo, mas pediu que o diálogo com o Kremlin não seja suspenso. A Otan e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) também não reconhecem a anexação.

A pressão, no entanto, não intimidou o presidente russo. Ontem, ele acusou os ocidentais de terem "cruzado a linha vermelha", agindo de forma "irresponsável". Essa postura de afrontamento elevou a popularidade interna de Vladimir Putin aos níveis mais altos desde sua reeleição, em maio de 2012.

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