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Ciganos/Discriminação

Europa faz pouco para proteger ciganos, diz ONG

No dia 8 de abril é comemorado o Dia Internacional do Cigano. A ONG de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional denuncia em um relatório as injustiças contra os ciganos na Europa.

Um grupo de ciganos em um campo ilegal, no norte da França, em Roubaix.
Um grupo de ciganos em um campo ilegal, no norte da França, em Roubaix. Photo: Reuters
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O relatório da Anistia Internacional denuncia o tratamento violento dado aos ciganos, principalmente em três países da Europa: França, República Tcheca e Grécia. De acordo com a ONG, os ciganos são vítimas de políticas de Estado que agravam as discriminações contra seu modo de vida.

Segundo a Anistia, entre 10 e 12 milhões de ciganos que moram na União Europeia são ameaçados diariamente de expulsões forçadas, muitas vezes acompanhadas de violência policial. A ONG fala em assédio moral contra os ciganos e denuncia que nada é feito para que essas famílias pobres e pouco instruídas se integrem na sociedade.

“Assistimos nos anos recentes a um aumento significativo da frequência com que ocorrem ataques violentos contra os ciganos na Europa. E a reação a este fenômeno alarmante tem sido lamentavelmente inadequada. É inaceitável que na Europa moderna algumas comunidades ciganas vivam sob a ameaça constante de violência e perseguição por motivos étnicos”, diz o diretor do Programa Europa e Ásia Central da Anistia Internacional, John Dalhuisen.

Discriminação em alta na França

Um exemplo de política pública discriminatória com os ciganos é a circular adotada na França em 2012. O texto autoriza o desmantelamento dos acampamentos instalados em terrenos insalubres, mas prevê a remoção das famílias para um local adaptado, o que raramente acontece. Expulsos, os ciganos ficam abandonados em situação às vezes mais dramática, porque tiveram seus bens queimados pelos policiais.

O relatório da Anistia destaca a posição do primeiro-ministro francês, Manuel Valls. "Os ciganos têm um modo de vida muito diferente do nosso. Eles devem voltar para a Romênia e a Bulgária", disse Valls, quando ainda ocupava o cargo de ministro do Interior.

"Muitos dos cerca de 20 mil ciganos que vivem em França, tendo fugido de discriminação nos seus países de origem, residem em acampamentos informais onde só muito raramente têm acesso a serviços básicos como água potável e saneamento", diz relatório.

A União Europeia propôs à Romênia enviar um grupo de especialistas ao país para ajudar na aplicação dos fundos europeus destinados aos ciganos. Entre 2007 e 2013, o governo romeno só utilizou 26,5% das verbas europeias. O governo de Bucareste recusou a oferta.

A suposta inércia das autoridades romenas irrita a ministra de Assuntos Europeus da Suécia, Birgitta Ohlosson. Ela afirma que os políticos romenos não se preocupam com os ciganos porque essa comunidade não rende votos nas eleições. A ministra sueca também acredita que a Romênia não quer saber de interferência externa em um assunto de política interna. Enquanto isso, as capitais europeias estão cheias de ciganos pedindo esmola nas ruas. No caso de Estocolmo, 90% dos mendigos são ciganos, segundo as autoridades municipais.

 

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