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Romênia/Eleições

Romenos elegem presidente da minoria alemã

Os romenos que foram as urnas no domingo (16) decidiram mudar e elegeram o candidato de oposição, o liberal Klaus Iohannis. Ele bateu o primeiro-ministro social-democrata Victor Ponta, que era o grande favorito, por uma pequena margem, 54,5% segundo a apuração parcial. Em seu primeiro pronunciamento depois de deleito, o “alemão”, como é chamado na Romênia, disse que o foco de seu governo será o combate à corrupção no antigo país comunista.

Contagem dos votos confirma vitória do líder de oposição romeno, Klaus Iohannis.
Contagem dos votos confirma vitória do líder de oposição romeno, Klaus Iohannis. REUTERS/Radu Sigheti
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Iohannis tem 55 anos e faz parte de uma minoria de origem alemã em Sibiu, cidade em que é prefeito, no Estado da Transilvânia. “Eu convoco o Parlamento a manter sua palavra e rejeitar já nesta terça-feira (18) a lei de anistia e a dar sinal verde a todos os pedidos de processo formulados pela promotoria anti-corrupção”, discursou o novo chefe de Estado eleito, reiterando suas promessas da campanha.

Vinto cinco anos depois da queda do ditador Nicolae Ceausescu, a Romênia é hoje o país mais pobre da União Europeia depois da Bulgária. Estas eleições eram consideradas cruciais para o país, já que em toda a região central da Europa a democracia vem sofrendo revezes nos últimos anos, principalmente na Hungria.

O cientista político Radu Alexandru, ouvido pela agência AFP, disse que a Romênia representa uma exceção positiva. “O país elegeu um presidente membro de uma minoria étnica, que tem cerca de 36 mil membros, descendentes de colonos saxões que se instalaram nestes territórios há 900 anos, entre uma população de 20 milhões de romenos”, diz o pesquisador.

Iohannis também é um protestante em um país com 90% de cristãos ortodoxos. Ele precisará conviver com seu adversário no pleito, já que Ponta seguirá como chefe do governo. No regime parlamentarista romeno, o novo presidente terá poderes para orientar a política estrangeira e nomear os altos cargos públicos. Iohannis garante que terá uma relação melhor com seu primeiro-ministro do que a que teve o presidente conservador que deixar o poder, Traian Basescu.

Romenos contra a corrupção

A vitória de Iohannis também representou um forte sentimento de rejeição a Ponta, principalmente pelos romenos que vivem fora do país, personagens de uma diáspora de 3 milhões de pessoas. Esta parcela da população acusa o governo de desprezar a questão da saída em massa dos romenos de seu país. Ponta também é acusado de ser leniente com a corrupção. Alina Pippidi, também cientista política, diz que a implicação dos romenos fora do país nestas eleições representou um passo à frente por dois fatores: “Eles não podem ser comprados pelo governo e eles agora conhecem uma outra Europa”.

Os romenos que foram às ruas entre os dois turnos protestar contra a corrupção criticam o Parlamento, majoritariamente de esquerda, por bloquear as investigações de grandes casos de corrupção, entre eles os de contratos onerosos com empresas como EADS e Microsoft. Ponta e seus colegas social-democratas do congresso também são acusados de trabalhar pela aprovação de um projeto de lei de anistia que poderá libertar diversos políticos condenados por corrupção.
 

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