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Chipre/Grécia

Tsipras inicia giro diplomático para convencer europeus a renegociar dívida da Grécia

O novo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, fazem uma ofensiva diplomática pelas capitais europeias em busca de apoio para renegociar a dívida grega. Nesta segunda-feira (2), Tsipras visita Chipre, a ilha mediterrânea de maioria grega que combate uma ocupação turca no norte. Chipre também se beneficiou de um plano de resgate internacional em 2013 e pode ajudar Atenas nas discussões com os parceiros europeus.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras (esquerda), e o presidente de Chipre, Nicos Anastasiades, em Nicósia.
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras (esquerda), e o presidente de Chipre, Nicos Anastasiades, em Nicósia. REUTERS/Yiannis Kourtoglou
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Alexis Tsipras foi recebido esta manhã em Nicósia pelo presidente cipriota, Nicos Anastasiades. O premiê grego disse que sua presença na ilha demonstra o reconhecimento dos esforços feitos pelo governo conservador de Chipre para solucionar a questão da divisão da ilha, cuja parte norte é ocupada pela Turquia desde 1974. Os dois líderes se reúnem no palácio presidencial e devem dar uma entrevista coletiva à tarde. 

A porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou hoje que Tsipras será "bem-vindo em Berlim". Christine Wirtz diz que até o momento não há "um projeto concreto" de reunião entre os dois líderes, mas ela assegurou que a Alemanha "tem interesse em manter um contato amistoso com o governo grego".

A porta-voz acredita que a próxima reunião de líderes europeus, marcada para 12 de fevereiro, poderia ser uma ocasião para o encontro dos dois chefes de governo. Wirtz explicou que a posição do governo alemão é "esperar para saber as ideias do novo governo grego". No sábado, Angela Merkel, defensora ferrenha dos programas de austeridade fiscal na Europa, descartou um novo perdão da dívida grega.  

De Nicósia, Tsipras vai a Roma na terça-feira. Na quarta, o premiê grego será recebido em Bruxelas pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, executor da política de Merkel. No mesmo dia ele visita Paris, a convite do presidente François Hollande, um dos primeiros a parabenizar o Syriza pela vitória nas eleições da semana passada.

Varoufakis em Londres

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, está hoje em Londres, onde tenta convencer o governo britânico e os investidores da City sobre a necessidade de reduzir a dívida da Grécia. Ontem, em sua passagem por Paris, Varoufakis ouviu o colega francês Michel Sapin dizer que uma renegociação é possível, mas um novo perdão do pagamento estaria fora de cogitação.

Varoufakis, um economista formado na Inglaterra e ex-professor da Universidade do Texas, insiste que Atenas não pode pagar a dívida de € 320 bilhões do jeito que ela está sobre a mesa.

A estratégia da Grécia está um pouco mais clara: Atenas quer um prazo até o final de maio para articular um novo acordo com o trio de credores, formado pela União Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu. Até lá, o governo grego não quer tomar nenhum empréstimo.

Obama critica pressão sobre a Grécia

Ontem, o novo governo de extrema-esquerda da Grécia ganhou um apoio inesperado: o presidente americano, Barack Obama, declarou em entrevista à CNN que "não dá para continuar a pressionar países em plena depressão econômica".

Obama defendeu uma estratégia de crescimento para os países endividados da zona do euro. Ele reconhece que a Grécia precisa de reformas, mas considera difícil exigir novos sacrifícios dos gregos quando o PIB do país recuou 25% em cinco anos.

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