Líderes alemães consideram insuficientes novas propostas da Grécia para um acordo
A reunião dos ministros europeus da Finanças, realizada nesta segunda-feira (22) em Luxemburgo, terminou em clima de pessimismo. Ao menos para os alemães. O representante de Berlim no encontro, Wolfgang Schauble, considerou fracas as propostas apresentadas pela Grécia para um acordo que evite a falência do país. No fim de semana, vários deputados alemães não pouparam críticas à Atenas.
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Schauble considera que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, não apresentou "propostas substanciais" para alcançar um acordo e evitar um "default". A opinião do ministro alemão das Finanças vai de encontro com a do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que está otimista sobre o término do impasse sobre a permanência da Grécia no bloco.
"Este é um passo ao qual damos as boas-vindas e um passo em uma direção positiva. Acredito também que é uma oportunidade para alcançar um acordo esta semana", afirmou Dijsselbloem. O ministro holandês também declarou que os sócios tiveram pouco tempo para analisar as propostas da Grécia, apresentadas nesta segunda-feira.
Alemães são os mais inflexíveis
Enquanto o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, expressaram suas esperanças sobre as novas propostas de Tsipras, os alemães parecem ser os mais inflexíveis sobre as negociações com Atenas. Mais cedo, a chanceler Angela Merkel advertiu que a reunião de hoje em Bruxelas não será decisiva e terá apenas caráter consultativo.
Neste fim de semana, várias lideranças alemãs não pouparam críticas à Atenas. "Ou a Grécia aceita uma solução viável, ou ela deixa a zona do euro" declarou Hans Michelbach, membro do partido União Cristã Social (CSU) e aliado da chanceler alemã Angela Merkel.
"Assistimos a um espetáculo desonroso: 27 Estados da União Europeia deixam Alexis Tsipras levá-los na palma da mão", declarou outro membro do partido, Hans-Peter Friedrich, que faz um apelo para que Merkel não ceda às exigências dos gregos.
O presidente do Parlamento Europeu e integrante do Partido Social-Democrata alemão foi ainda mais longe nas críticas. "O que não vai funcionar é deixar a zona do euro e não pagar suas dívidas, esperando que as parcelas de ajuda continuarão chegando facilmente", provocou.
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