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Grécia/Crise

Eurogrupo retoma negociações sobre a Grécia, mas cúpula da UE é cancelada

Os ministros das Finanças da zona do euro retomaram às 11h deste domingo (12), 6h em Brasília, as negociações que haviam sido interrompidas ontem à noite, em Bruxelas, por falta de acordo sobre a dívida grega. As discussões continuam bloqueadas. O ministro eslovaco das Finanças, Peter Kazimir, disse que acha pouco provável a conclusão de um acordo nas reuniões previstas para hoje. 

O ministro das Finanças da Grécia, Euclide Tsakalotos.
O ministro das Finanças da Grécia, Euclide Tsakalotos. REUTERS/Olivier Hoslet
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Os parceiros europeus exigem da Grécia que melhore suas propostas de reformas e ofereça garantias de que tem a intenção de aplicar as medidas de austeridade prometidas, em troca de um terceiro plano de resgate de € 53,5 bilhões.

O governo grego é cobrado a agir rápido, aprovando no Parlamento de Atenas novas privatizações, um aumento da TVA (imposto sobre valor agregado cobrado em produtos e serviços) e cortes nas aposentadorias. A Alemanha propôs como garantia das boas intenções da Grécia a criação de um fundo de € 50 bilhões, alimentado pelo governo grego, com recursos provenientes do programa de privatizações. Mas a extensão do programa de privatizações ainda não satisfaz os europeus.

As negociações estão emperradas sobretudo no plano político, por falta de confiança no governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras. Do ponto de vista econômico, existe um consenso entre especialistas de que a economia da Grécia está à beira de um colapso e não tem como oferecer novas garantias financeiras.

Cúpula da UE é anulada

Por falta de acordo, a cúpula extraordinária dos 28 líderes da União Europeia (UE), que estava marcada para este domingo, foi cancelada. O encontro foi substituído por uma cúpula de líderes dos 19 países da zona do euro, que vão se reunir em Bruxelas a partir das 16h no horário local, 11h em Brasília.

Países do sul da Europa, como França, Itália e Espanha, pressionam o grupo linha dura do norte, formado por Alemanha, Finlândia e Eslováquia, entre outros, a concluir rapidamente um acordo com Atenas, mas as divisões internas no Eurogrupo gangrenam os debates.

Para dar uma ideia do clima deletério das discussões, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, interrompeu os trabalhos ontem à noite quando o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, disse ao presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que parasse de tratá-lo "como um imbecil".

Renzi diz "chega!" à Alemanha

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse que vai pedir à Alemanha que aceite um compromisso com Atenas e pare de humilhar os gregos com novas exigências. "O bom-senso deve prevalecer e um acordo precisa ser encontrado. A Itália não quer que a Grécia saia da zona do euro e eu digo à Alemanha, chega!", declarou hoje o chefe de governo italiano em entrevista ao jornal Il Messaggero.

A saída da Grécia da zona do euro continua sendo uma alternativa concreta. Desde ontem, circula um documento de trabalho alemão prevendo uma saída temporária da Grécia da união monetária, por um período de 5 anos. Mas, nesse caso, o país continuaria na União Europeia.

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