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Europa/Migração

Acnur confirma mais de 20 mil refugiados em Lesbos onde a situação é "explosiva"

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) anunciou nesta terça-feira (8) que 30 mil refugiados estão atualmente nas ilhas gregas, 20 mil deles em Lesbos, onde a situação é considerada "explosiva". Policiais voltaram a usar cassetetes para conter brigas e tumulto entre migrantes que disputam lugares em embarcações para Atenas.

Refugiados e migrantes fazem fila para serem registrados na cidade de Mitilene, na ilha de Lesbos.
Refugiados e migrantes fazem fila para serem registrados na cidade de Mitilene, na ilha de Lesbos. REUTERS/Dimitris Michalakis
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"Agora mesmo há 30 mil refugiados nas ilhas gregas", afirmou Melissa Fleming, porta-voz do Acnur. Entre 4 mil e 5 mil pessoas estão na ilha de Kos e outros milhares de migrantes chegam todos os dias.

Fleming explicou que após o ritmo incessante de chegadas no fim de semana, o ritmo diminuiu. A porta-voz anunciou que a Macedônia registrou 7 mil entradas. Segundo o Acnur, a chegada de refugiados se explica pela situação cada vez mais difícil na Síria e nos países vizinhos, onde milhares de sírios não têm acesso aos campos de refugiados e vivem na mais absoluta pobreza por causa da falta de financiamento das agências das Nações Unidas. "Se tivéssemos um financiamento melhor, muitos prefeririam ficar", disse Fleming. Os refugiados estão partindo para não morrer de fome.

Situação "explosiva" em Lesbos

Novos distúrbios ocorreram na noite desta segunda-feira (7) entre migrantes e a polícia em Lesbos, ilha grega do mar Egeu. Segundo o governo grego, a situação no local está "a ponto de explodir" pela presença de milhares de migrantes.

Os agentes, equipados com cassetetes, tentavam controlar uma multidão de aproximadamente 2.500 imigrantes que esperavam para poder embarcar em um navio para Atenas. Os policiais, ajudados pela guarda costeira, tiveram dificuldades para conter a multidão. Enquanto os policiais gritavam "Para trás", os migrantes empurravam para subir na embarcação. "Fiquei aqui oito dias, nove dias, já nem me lembro", disse Aleddin, estudante de engenharia que quer encontrar seu irmão na Alemanha. "Alguns estão aqui há 14 ou 15 dias."

Segundo o ministro grego de Política Migratória, Iannis Mouzalas, "a situação está realmente a ponto de explodir" em Lesbos, uma ilha de 85 mil habitantes, mas que convive com a chegada maciça de migrantes. Desde o início do ano, Lesbos recebeu cerca de metade dos 230 mil refugiados que desembarcaram na Grécia.

Brigas entre sírios e afegãos

Segundo a correspondente da RFI na Grécia, Charlotte Stiévenard, na principal cidade da ilha, Mitilene, as brigas entre migrantes se tornaram constantes, com milhares de refugiados esperando em filas para serem registrados. Os sírios e afegãos entram em confronto quase diariamente pela suposta preferência e rapidez verificada aos primeiros.

Segundo imagens da tevê grega, a polícia usa cassetetes para conter os tumultos. Há várias semanas, a tensão persiste diante das condições precárias em alojamentos. Os refugiados também são obrigados a dormir em parques, jardins e até nas ruas e no porto. O prefeito de Mitilene, Spiros Galinos, acredita que entre 17 mil e 20 mil migrantes estejam na ilha de Lesbos atualmente. O número foi confirmado nesta terça-feira pela Acnur.

Lesbos se tornou uma das primeiras etapas da viagem europeia de dezenas de milhares de refugiados e migrantes do Oriente Médio, da Ásia e da África, que fogem dos conflitos e da pobreza.

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