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Linha Direta

Suspeito de ataque sexual em Colônia: “Merkel me convidou”

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As agressões de caráter sexual contra mais de 100 mulheres ocorridas na noite de Ano Novo na cidade de Colônia alarmaram a Alemanha e fizeram ressurgir um acalorado debate sobre a política de refugiados do país. Depois dos incidentes, que foram protagonizados por centenas de homens supostamente de aparência norte-africana ou árabe, os conservadores da coalizão liderada pela chanceler Angela Merkel querem mudar as leis de imigração para facilitar a deportação de imigrantes criminosos.

Centenas protestaram em Colônia.
Centenas protestaram em Colônia. REUTERS/Wolfgang Rattay
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Marcio Damasceno, correspondente da RFI Brasil em Berlim

Em um relatório policial interno a que o jornal Bild teve acesso, um policial conta que, ao advertir um dos supostos agressores, recebeu como resposta “eu sou sírio, vocês têm que me tratar bem porque a dona Merkel me convidou”.

Até agora não há presos ligados diretamente ao incidente em Colônia. O que há são notícias de que a polícia identificou 16 homens através de vídeos do local. Não foram divulgadas as nacionalidades, mas há relatos de que havia migrantes entre eles.

Embora a polícia afirme que os agressores tinham aparência norte-africana ou árabe, não se sabe concretamente até que ponto realmente houve participação de estrangeiros no incidente e em que dimensão ela se deu. Mas há notícias de que muitos homens se identificavam com papéis de candidatos de asilo.

Cresce também o medo de que grupos de extrema-direita instrumentalizem o incidente para fins xenófobos. Merkel classificou nesta quinta-feira (7) as agressões como “repugnantes atos criminosos” e reconheceu que o governo vai analisar se serão necessárias regras mais duras para imigrantes que não respeitam a lei.

Em face da grande entrada de imigrantes na Alemanha verificada no ano passado, o governo já havia endurecido as regras de asilo e acelerado as de processos de extradição para estrangeiros que tiveram pedido de asilo negados. Essas novas medidas acabaram de entrar em vigência.

Debate no congresso

Embora os conservadores pressionem agora por novas mudanças por causa do que ocorreu em Colônia, os parceiros social-democratas de coalizão de governo são contra. Por isso, esse debate ainda deve se estender por várias semanas. Foram registrados mais de 100 casos de ataques sexuais contra mulheres em Colônia numa mesma noite e alguns outros nas festas de réveillon em cidades como Stuttgart, Hamburgo e Bielefeld.

A imprensa tem noticiado que, nos últimos dias, hóspedes cancelaram suas reservas em hotéis de Colônia e turistas desistiram de viajar para a cidade. Também há uma pesquisa que aponta que um em cada três alemães vai passar de agora em diante a evitar grandes aglomerações.

Continua, em parte, sendo um mistério, por que a polícia não conseguiu fazer nada proteger as vítimas naquela noite de Ano Novo. As autoridades policiais afirmam que não esperavam pelo incidente, porque isso jamais aconteceu antes. Também dizem que o número de agressores era grande demais para o contingente de policiais presente no local.

Há notícias de que os agressores eram milhares, que agiam em grupos de cinco a 20 e molestavam maciçamente as mulheres, inclusive roubando, xingando, pegando nelas e até puxando a roupa. Muitas choravam, eram cercadas. Os policiais ficaram literalmente sem ação, não conseguiram dar conta.

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