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Linha Direta

Após lavar os pés de refugiados, Papa pede reflexão sobre abusos e perseguições

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O Papa Francisco vai presidir, nesta Sexta-feira Santa (25), a tradicional Via Sacra no Coliseu de Roma. Ontem, Francisco lavou os pés de 11 refugiados e, durante a cerimônia, se referiu aos atentados de Bruxelas. “Por trás desses atos estão traficantes de armas que querem a guerra, não a fraternidade”.

O Papa Francisco lavou os pés de 12 refugiados e durante a cerimonia se referiu aos atentados de Bruxelas.
O Papa Francisco lavou os pés de 12 refugiados e durante a cerimonia se referiu aos atentados de Bruxelas. STR / AFP
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Gina Marques, correspondente RFI em Roma

Nesta sexta-feira, o Papa Francisco fará reflexões sobre os cristãos perseguidos, o Holocausto, as famílias que sofrem dificuldades, os migrantes e os abusos de menores. Como é tradição, o Papa escolhe um ou mais autores dos textos das meditações que são lidos durante a celebração. Este ano, Francisco escolheu o cardeal Gualtiero Bassetti, da diocese italiana de Perugia, para criar as reflexões que abordam dramas atuais da humanidade.

A Igreja meditará sobre temas como a escravidão e a indiferença, primeiro com o Papa na Basílica de São Pedro, às 13 horas no horário de Brasília, e à noite, no Coliseu de Roma, durante a Via Sacra. Esta cerimônia da Via Sacra é feita no esquema das 14 estações que relembram a crucificação de Jesus Cristo e sua morte no Calvário. O autor dos textos fala na “justiça de Deus que transforma o sofrimento mais atroz na luz da ressurreição” e lamenta que alguns escolham outro caminho, com medo do que é diferente ou de quem vem de outras terras, uma referência aos migrantes.

O cardeal italiano também vai recordar o sofrimento das famílias em crise, de quem não tem trabalho e dos jovens com empregos precários. Os textos falam ainda das “crianças profanadas na sua intimidade”, que sofreram abusos ou foram desrespeitadas na sua dignidade.

Drama dos refugiados
O papa Francisco fala constantemente da crise dos refugiados. Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa desde janeiro de 2015, causando a pior crise de imigração ao continente europeu dos últimos 70 anos. Desde a sua eleição, em março de 2013, o Papa fala do drama dos refugiados. Ele escolheu Lampedusa para a primeira viagem apostólica do seu pontificado. Esta ilha italiana do Mediterrâneo, entre a Sicília e a costa da Tunísia e da Líbia, é uma das principais portas de entrada de milhares de migrantes para a União Europeia, juntamente com a fronteira entre a Grécia e Turquia. Naquela ocasião, o papa pediu um "despertar das consciências" para combater a "globalização da indiferença", um apelo que ele continua fazendo.

Durante sua recente viagem ao México, o pontífice criticou em sua última missa, na Cidade Juarez na fronteira com os Estados Unidos, as políticas de imigração que forçam muita gente a ilegalmente ficar nas mãos de cartéis de drogas e de contrabandistas de pessoas.

No retorno desta viagem, o Papa criticou também que o pré-candidato republicano à Casa Branca Donald Trump por causa de sua opinião sobre imigração. “Uma pessoa que pensa apenas em construir muros, onde quer que seja, e não em construir pontes, não é um cristão", afirmou.

Amanhã à noite o Papa vai celebrar o Sábado de Aleluia, considerado pelos católicos como a “Mãe de todas as Vigílias”, com os ritos da bênção da água e do fogo, a vida nova da Ressurreição. Francisco preside a celebração na basílica de São Pedro a partir das 16h30, hora de Brasília.

No domingo de Páscoa, data em que é celebrada a ressurreição de Cristo, ele reza uma missa pela manhã na Praça São Pedro, às 5 horas, no horário de Brasília. A missa será encerrada, como sempre, com a bênção Urbi et Orbi, que é a bênção que o papa concede duas vezes ao ano no balcão da Basílica do Vaticano, na Páscoa e no Natal, para a cidade de Roma e para o mundo.

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