Ministro espanhol envolvido no Panama Papers pede demissão
O ministro espanhol da Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria, anunciou nessa sexta-feira (15) sua demissão do governo conservador de Mariano Rajoy. Ele reconheceu ter “cometido erros” após ter seu nome mencionado no "Panama Papers".
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Depois do premiê islandês Sigmundur David Gunnlaugsson pedir demissão na semana passada, agora é a vez do governo espanhol sofrer uma baixa ligada ao escândalo dos paraísos fiscais. Segundo Soria, a decisão de deixar o cargo foi acarretada por uma "sucessão dos erros cometidos ao longo dos últimos dias em relação a explicações de minhas atividades empresariais anteriores à minha entrada na política em 1995".
O ministro, oriundo de uma família de horticultores das Canárias, que fez fortuna no setor de logística portuária, vinha negando, desde a revelação do Panama Papers, qualquer ligação com o escândalo, mesmo se os documentos mostravam claramente sua assinatura. Mas seus argumentos foram enfraquecidos no início da semana quando a mídia espanhola revelou que Soria administrou, em 1992, uma offshore nas Bahamas, ligada ao escritório de advocacia Mossack Fonseca. A imprensa local também afirmou, na quinta-feira (14), que o ministro teve até 2002 uma sociedade no paraíso fiscal de Jersey.
A demissão de Soria é a segunda provocada por um escândalo desde que o PP chegou ao poder, em dezembro de 2011. Em novembro de 2014 o premiê pediu a demissão da ministra da Saúde, Ana Mato, investigada em um escândalo de corrupção como beneficiária dos supostos subornos cobrados por seu ex-marido, Jesús Sepúlveda, quando era prefeito de Pozuelo de Alarcón, no noroeste de Madri, entre 2003 e 2009.
(Com informações da AFP)
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