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Discurso anual da rainha da Inglaterra não menciona “Brexit”

A rainha Elizabeth II da Inglaterra pronunciou nesta quarta-feira (18) o tradicional discurso do trono, em frente ao Parlamento de Westminster. A tradição remonta ao ano de 1536 e é considerada um dos momentos mais importantes do calendário político da Inglaterra.

A rainha da Inglaterra, Elizabeth II, deixa o Parlamento inglês após pronunciar discurso anual nesta quarta-feira (18).
A rainha da Inglaterra, Elizabeth II, deixa o Parlamento inglês após pronunciar discurso anual nesta quarta-feira (18). REUTERS/Richard Pohle
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Em seu 63° discurso do trono, Elizabeth II percorreu, numa carruagem dourada, a distância entre o Palácio de Buckingham e o Parlamento, tendo pronunciado o discurso na Câmara dos Lordes, acompanhada pelo marido, Philip de Edimburgo, e usando a coroa imperial, que possui cerca de 3 mil diamantes.

Durante o discurso, a rainha apresentou o programa legislativo do governo para os próximos 12 meses. Em 2016, uma pauta explosiva foi deixada estrategicamente de lado pela Coroa: o referendo do próximo dia 23 de junho que decidirá se o país permanece ou sai da União Europeia – opção conhecida como “Brexit”.

Medidas e consequências

O texto, redigido pelo primeiro-ministro David Cameron, privilegiou, no meio de cerca de 20 projetos, questões como a reforma de prisões (que o premiê promete ser “sem precedentes”), medidas contra o extremismo, algumas propostas para melhor o acolhimento em termos de assistência social (com destaque para os procedimentos de adoção no país), e, finalmente, um projeto destinado a substituir a lei sobre a convenção europeia de direitos humanos por uma legislação britânica.

Segundo especialistas, a grande maioria das medidas controversas foram retiradas ou adoçadas no discurso da rainha Elizabeth II. O objetivo principal do discurso do trono este ano seria exatamente não provocar polêmicas, uma vez que a campanha do referendo do dia 23 de junho provoca tensão em todo o Reino Unido. Se o "Brexit" se confirmar como a opção majoritária dos ingleses, o discurso da rainha não terá grande importância. Que o diga o premiê David Cameron, autor do discurso do trono, e que precisa aprovar o referendo para garantir sua sobrevivência política.

Tradições e curiosidades

O discurso é cercado de tradições seculares. O Palácio de Buckingham mantém um deputado como refém até o retorno da rainha, sã e salva, um legado de épocas perigosas para o reino.

Desde que o rei Carlos I ordenou em 1642 a detenção de cinco deputados, nenhum outro monarca colocou os pés na Câmara dos Comuns. Um emissário da Câmara dos Lordes, conhecido como Black Rod, vai buscar os deputados para que assistam ao discurso na Câmara Alta, mas a aproximação é rejeitada com uma porta fechada, visando reafirmar a superioridade da Câmara Baixa, que é eleita.

O subsolo do Parlamento é revisado cuidadosamente, uma tradição desde o complô católico para assassinar o rei britânico em 1605 liderado por Guy Fawkes, cujo rosto se tornou popular recentemente graças ao filme "V de Vingança" e às máscaras dos "hackers" do grupo Anonymous.

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