Governo turco fecha mais de 120 veículos de imprensa

Autoridades turcas anunciaram nesta quarta-feira (27) terem destituído 149 generais, exonerado cerca de 1,7 mil militares e fechado mais de 120 órgãos de imprensa. A operação faz parte de uma onda de repressão iniciada com a tentativa de golpe de Estado ocorrida no dia 15 de julho.

Soldado turco pede asilo e é recebido por autoridades da Grécia. REUTERS/Alkis Konstantinidis

Pelo menos três agências de notícias, 16 canais de televisão, 45 jornais, 23 estações de rádio, 15 revistas e 29 editoras foram obrigados a suspender suas atividades. A emissora CNN turca afirma que, durante o dia, 15 mil pessoas – a maioria militares – foram interpeladas pela polícia.

As novas medidas tomadas por Ancara começam a despertar preocupação junto a entidades de direitos humanos, assim como nos aliados ocidentais do presidente Recep Tayyip Erdogan.

Em uma entrevista coletiva, o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que seu país considera as prisões de jornalistas uma “evolução perturbadora” dos acontecimentos, mesmo que compreenda a necessidade do governo turco de impedir outras tentativas de golpe.

Conselho Militar

Também hoje, 149 generais e almirantes foram destituídos das Forças Armadas por suas supostas ligações com o golpe do dia 15. Seriam 87 militares de alta patente do Exército, 30 da Força Aérea e 32 da Marinha.

As destituições ocorrem na véspera de um Conselho Militar Supremo que deve ocorrer nesta quinta-feira, em Ancara, com a presença do primeiro-ministro, Binali Yildirim, e das mais altas autoridades militares do país, com objetivo de proceder uma ampla reorganização das Forças Armadas. Desde o golpe de Estado, 178 generais foram detidos.